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Richa discursou na convenção do PSDB, no domingo (5): para ele, ao contrário do que acontece no país, o Paraná está evoluindo. | Divulgação/PSDB
Richa discursou na convenção do PSDB, no domingo (5): para ele, ao contrário do que acontece no país, o Paraná está evoluindo.| Foto: Divulgação/PSDB

Um dos estados que mais garantiram votações expressivas aos presidenciáveis tucanos nas últimas duas décadas, o Paraná ficou de fora da nova Executiva Nacional do PSDB. A direção eleita em convenção realizada no domingo (5) tem 25 titulares, nenhum deles paranaense. O senador Alvaro Dias, que antes era vice-presidente da sigla, saiu da chapa, enquanto o deputado federal Alfredo Kaefer, que ocupava um posto de vogal, passou para a suplência.

8 x 2

Nos dez turnos de eleições presidenciais desde 1994, os tucanos “golearam” os petistas no Paraná. Foram oito vitórias de candidatos do PSDB contra duas de PT (ambas em 2002, quando Lula bateu José Serra). Em todas as disputas a performance do PSDB foi melhor no Paraná do que na média de todo país. Se dependesse apenas do voto paranaense, Geraldo Alckmin teria sido eleito em 2006, Serra em 2010 e Aécio Neves em 2014.

Ausência gera suspense sobre saída de Alvaro Dias da sigla

Ausente da convenção do partido no domingo (5) e do Senado ao longo desta semana, Alvaro Dias (PSDB) tem conversado abertamente com outros partidos sobre uma possível mudança. Na semana passada, encontrou-se com dirigentes do PSB. Outra possibilidade é o PDT, cujo presidente estadual é o irmão e vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Osmar Dias.

Licenciado do Senado por uma semana desde esta segunda-feira (6), Alvaro confirmou, via assessoria, o encontro com os líderes do PSB. Negou, porém, que tivesse tomado alguma decisão. A informação oficial é de que a chance de permanecer no PSDB é de 90%. A licença também se deveria apenas a motivos pessoais, além de um tempo para se curar de uma virose.

No Paraná, Alvaro sempre expôs as dificuldades de convivência com o grupo de Beto Richa, que controla o comando estadual da legenda. Nacionalmente, o senador bateu de frente com o presidente da sigla, Aécio Neves, na indicação do paranaense Luiz Edson Fachin para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O paranaense foi o relator da indicação e Aécio tentou fechar questão do partido contra a aprovação do jurista pelo Senado.

Alvaro também estaria em busca de um partido em que pudesse se candidatar a presidente da República, como uma terceira via. No PSB, teria mantido contato com a família de Eduardo Campos, morto em acidente durante a campanha presidencial, ano passado. O PDT, que estuda a saída da base de apoio ao governo Dilma, seria outra alternativa. (AG)

“Por que isso aconteceu? É uma pergunta sem resposta. É a síndrome do [governador] Beto Richa? Como ele está mal, nos incluíram na mesma situação?”, questiona Kaefer, que também se envolveu em notícias negativas sobre problemas na gestão de suas empresas. Em novembro, ele teve 30% do salário penhorado pela Justiça para pagar despesas com o processo de recuperação da Diplomata Agroindustrial – antes, alegou pobreza para evitar o pagamento de custas judiciais, embora fosse o segundo deputado mais rico do Brasil.

Kaefer e Alvaro, que é líder da oposição no Senado, não compareceram à convenção. A ausência de Alvaro ampliou o suspense sobre uma possível troca de partido, ligada a atritos tanto regionais quanto nacionais. Reconduzido à presidência do PSDB, o senador mineiro Aécio Neves teria pedido pessoalmente para Alvaro permanecer na direção, mas o paranaense não aceitou.

Outra derrota para o PSDB do Paraná foi a tentativa do deputado federal Luiz Carlos Hauly de assumir a presidência do Instituto Teotônio Vilela, entidade de formulação das teses da legenda. Embora tenha conseguido o apoio de 41 dos 53 deputados federais do partido, Hauly foi preterido pelo paulista José Aníbal, suplente de José Serra no Senado. Historicamente, paulistas e mineiros promovem ferrenhas disputas internas pela direção da legenda. “A gente sabe dessa velha questão do café-com-leite [São Paulo contra Minas Gerais]. Pensava que já era o momento de haver espaço para pelo menos um ovo do Paraná, uma rapadura do Nordeste”, diz Hauly. O deputado acabou convidado por Aécio para assumir a secretaria internacional do partido, que não integra diretamente a Executiva.

Sem preocupação

Presidente estadual do PSDB até meados de junho, o deputado federal Valdir Rossoni afirma que o Paraná não entrou na Executiva porque não se preocupou em pleitear vagas. “O PSDB do Paraná sempre foi muito despretensioso, mais preocupado em fazer os projetos nacionais do partido dar certo do que neste ou naquele cargo”, frisou. Rossoni, Richa e o atual presidente da legenda no estado, o deputado estadual Ademar Traiano, estiveram juntos na convenção.

Assim como os demais quatro governadores do partido, Richa discursou durante o evento. Falou que, ao contrário do que acontece no país, o Paraná está evoluindo. “Trazemos boas novas do Paraná para o resto do Brasil: nos últimos cinco meses, somos o estado que mais gerou empregos com carteira assinada, com maior crescimento industrial.”

Richa também reiterou as críticas aos petistas. “Eles não estão destruindo apenas a economia, mas a educação, a saúde, a infraestrutura deste Brasil.”

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