Curitiba – Nos últimos 24 anos, o paranaense ganhou 9 anos e 2 meses de vida, aponta a pesquisa Tábua da Vida 2004, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que também analisa a mortalidade infantil no país. Apesar de obter melhor desempenho nos seus índices de esperança de vida ao nascer (73 anos) e de mortalidade infantil (20,7 por mil nascidos vivos) em relação à média nacional, o Paraná ainda ocupa a última posição se comparado com os outros dois estados do Sul, que disputam os primeiros lugares no ranking nacional (veja quadro).

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O estudo mostra que o Paraná teve o maior percentual de queda da região Sul em mortalidade infantil (61,7%), entre 1980 e 2004, o que não significou melhor posição no ranking. O mesmo ocorreu no caso da expectativa de vida em que houve maior ganho no período analisado.

A presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Ivete Berkenbrock, considera que a posição do Paraná é boa em relação aos outros estados brasileiros no quesito expectativa de vida. Ela atribui o bom resultado às campanhas, por exemplo, de controle de fatores de risco como colesterol e diabetes, e promoção de atividades físicas. "Mas para atingir os índices como os de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o Paraná precisa ampliar o alcance deste tipo de campanhas. É com informação que se garante a longevidade."

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Para Clóvis Boufleur, gestor de relações institucionais da Pastoral da Criança, o Paraná sempre manteve uma boa média de expectativa de vida por conta do acesso a alimentos de qualidade e ao sistema de saúde, por mais que existam deficiências. "Se percebe movimentos de valorização dos idosos. A Pastoral da Pessoa Idosa atende 30 mil idosos no país e pretende triplicar este número nos próximos dois anos."

As paranaenses estão vivendo, em média, 6,3 anos a mais do que os homens, aponta a pesquisa do IBGE. Boufler comenta que o dado está dentro do esperado, uma vez que a média nacional é de 7,6 anos. "Os homens, em geral, estão mais sujeitos a risco de morte."

Mortalidade infantil

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) apontam que a taxa de mortalidade infantil é de 15,4 óbitos a cada mil crianças nascidas vivas, contra os 20,7 da pesquisa do IBGE, segundo Rossana Vianna, do Comitê de Prevenção da Mortalidade Infantil. O IBGE usa como base da pesquisa dados do Censo, enquanto o número do estado é quantificado de acordo com as declarações de nascimentos e óbitos, explica Rossana ao afirmar que "nos últimos 25 anos, houve redução de 73% na mortalidade infantil no estado."

Boufleur acredita que o cinturão de pobreza que ainda há na região central e norte do Paraná pode ser um fator de influência nos números da mortalidade infantil no estado. "O estado precisa avaliar as condições do serviço de saúde prestado no período perinatal (primeiro mês de vida da criança) e a qualidade dos serviços de pré-natal."

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