• Carregando...

Composta por 203 deputados e 35 senadores, começou nesta terça-feira (29) a funcionar a Frente Parlamentar em Defesa do Tribunal de Contas da União (TCU). Realizado no Senado, ficou evidenciado no ato de criação da frente qual será a sua principal tarefa: a de impedir que o governo reduza as atribuições daquele órgão para atropelar as fiscalizações de obras públicas.

O deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC) lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a acusar o TCU de ser o responsável pelo atraso nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo ele, recorrer a esse tipo de procedimento "é uma conspiração contra a sociedade e só facilita os propósitos escusos daqueles que sempre ganharam dinheiro ilicitamente às custas de negociatas com o dinheiro público".

O deputado lembrou que, de um total de 153 obras fiscalizadas em 2008, o TCU identificou "indícios de irregularidades graves" em 60 delas, o que justificariam inclusive a sua paralisação". "Entre os problemas encontrados estão sobrepreço, superfaturamento e irregularidades nas licitações", lembrou. Os dados mostram que a fiscalização do tribunal evitou prejuízo de R$ 2,8 bilhões aos cofres públicos, mais do que o dobro dos R$ 950 milhões identificados em 2007.

Para o presidente da frente, deputado Eduardo Sciarra (DEM-PR), a defesa do TCU tornou-se urgente após o governo incluir no texto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do próximo ano medidas para brecar a sua atuação. É o caso de cinco itens, mantidos no parecer do relator, senador Tião Viana (PT-AC), que devem ser observados nas obras públicas, antes do TCU determinar a sua paralisação.

Os auditores terão de observar, por exemplo, o custo da obra parada, ainda que irregular, e os reflexos sociais da sua paralisação. "É o que nós chamamos de usurpação das atribuições do tribunal", frisou. O presidente do tribunal, ministro Ubiratan Aguiar, durante a criação da frente, fez um apelo aos parlamentares para que aprovem propostas que facilitem a atuação do órgão. Citou entre elas a que autoriza o tribunal a ter acesso ao sigilo bancário e fiscal de pessoas gestores investigados.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]