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A escolha das novas lideranças do governo e da bancada do PMDB na Assembléia Legislativa abriu uma disputa na base governista na véspera do início da próxima legislatura. Além de poder, as funções são sinais claros de proximidade com o governador Roberto Requião (PMDB). Daí, tanta cobiça pelas vagas. Isso sem contar o fato de que a mídia fica voltada para esses políticos, muito mais do que para qualquer outro. Assim, os líderes na Casa ganham mais destaque do que os colegas de parlamento. Hoje o PMDB se reúne para deliberar sobre o tema.

O líder do governo é indicado pelo próprio governador. Afinal, será esse parlamentar que vai ter mais acesso às ações governamentais e informações privilegiadas sobre elas. Até porque será dele a função de fazer a defesa dos projetos do Executivo junto ao Legislativo e demais parlamentares. O nome mais cotado para a vaga até o momento é o do deputado estadual eleito Luiz Cláudio Romanelli (PMDB).

Segundo o deputado e ex-chefe da Casa Civil, Caíto Quintana (PMDB), o cargo equivale a de um secretário de Estado, o que demonstra a importância para quem o exerce. Nos últimos quatro anos, coube a Dobrandino da Silva (PMDB) a tarefa.

Já a função de líder do PMDB no Legislativo é uma decisão do partido e, caso não haja consenso na escolha, há uma eleição interna, o que não é interessante para a legenda devido ao fato de mostrar que há uma cisão partidária. Estão concorrendo à liderança da bancada peemedebista no Paraná os deputados estaduais Waldyr Pugliesi (eleito) e Artagão Júnior (reeleito). Há quem diga, no partido, que o primeiro representa a ala mais antiga e o segundo, a facção mais jovem.

Cabe ao líder de um partido a defesa dos interesses da sigla e dos deputados, em conjunto, o que torna a missão mais complicada. Cada parlamentar defende uma região diferente e com objetivos diferentes. "Cada deputado é um universo a ser desvendado", disse Romanelli. É função do líder da bancada fazer os pronunciamentos da classe, escalar os colegas que participarão das comissões legislativas, discutir as pautas mais relevantes e fazer o apelo ao parlamentares para que se unam. Fora isso, articula as reuniões partidárias. "É muito trabalho e muito difícil", afirmou Antônio Anibelli, atual líder do PMDB na Assembléia.

Um dos candidatos a líder do PMDB na Casa, Artagão Júnior, explicou a importância e dificuldade da função dando como exemplo as inúmeras discussões que houve entre os deputados do partido nas sessões extraordinárias deste mês, quando a assessoria de imprensa do governo criticou duramente os parlamentares da base governista, chamando-os de "mal informados". "É preciso haver sintonia com o governo e entrosamento entre os deputados que o defendem. Não pode haver desencontros, como houve agora", disse.

"Se houvesse uma articulação e uma reunião da bancada, onde fossem apresentados os motivos que nortearam o projeto, tudo seria mais fácil", afirmou o deputado. "Mas nos últimos meses, face às eleições, os interesses pessoais prevaleceram em relação aos interesses do conjunto", disse Artagão, que pede que o governo permita mais a aproximação e acesso por parte dos deputados às suas ações.

Artagão analisou que, atualmente, o governador Requião tem utilizado das reuniões do secretariado, realizadas às terças-feiras, para explicar vários assuntos aos deputados. "Mas a ‘escolinha’ não funciona. Nela, não há debates nem informações mais aprofundadas. Tudo é muito superficial e os deputados são tratados como qualquer outra pessoa."

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