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Começou nesta segunda-feira (18), em Alagoas, a perícia nos documentos apresentados pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para comprovar a origem dos rendimentos dele. Na documentação, há um mesmo número de cheque para dois pagamentos diferentes –e uma mesma empresa com dois números de registro.

O diretor de Controle Interno do Senado, Shalom Granado, esteve na Secretaria de Fazenda e na Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas. Granado está checando a autenticidade de notas fiscais, guias de trânsito animal e recibos apresentados pelo presidente do Senado ao Conselho de Ética.

O senador tenta provar que teve rendimentos agropecuários suficientes para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha. E que não teria recebido dinheiro do lobista da Construtora Mendes Júnior, Cláudio Gontijo.

Parte dos recibos apresentados por Renan Calheiros era para empresas de fachada. Uma análise da papelada revela contradições, erros de informação e de contabilidade. O senador Renan Calheiros emitiu recibos para CPFs inexistentes e alguns cheques aparecem em mais de um recibo.

Recibo para a GF da Silva Costa, de R$ 19,4 mil, diz que o pagamento foi feito em três cheques no dia 14 de fevereiro do ano passado. Um dos cheques, o de número 161, aparece também em outro recibo de 7 de março do mesmo ano, no valor de R$ 18,9 mil.

A situação se repete em dois recibos para Marcelo Nunes Amorim. O cheque nº 409.571 aparece em negócio de R$ 30,8 mil, depositado no dia 22 de abril de 2004. O mesmo cheque aparece em recibo de R$ 95,2 mil, cujo comprovante de depósito é de 5 de maio do mesmo ano.

A Receita Federal já está investigando irregularidades apontadas pela reportagem.

Uma das empresas citadas pela defesa de Renan, um pequeno açougue chamado Stop Carnes, teria comprado R$ 47 mil em animais do senador.

Documentos da Secretaria de Fazenda de Alagoas mostram que, em doze meses, a Stop Carnes comprou R$ 1,7 milhão em carne e vendeu mais de R$ 3 milhões. O contador da empresa, sem saber que estava sendo gravado, negou que a empresa movimente tanto dinheiro.

O senador Renan Calheiros passou o dia no gabinete e disse que já prestou todos os esclarecimentos ao Conselho de Ética.

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