Obra de linha do metrô em Lima, capital do Peru, que tem a brasileira Odebrecht como empreiteira.| Foto: Divulgação/Odebrecht

A Superintendência Nacional de Alfândegas e Administração Tributária do Peru (Sunat) ordenou embargo de cerca de 200 milhões de soles peruanos (US$ 62 milhões, ou R$ 191 milhões) contra oito empresas brasileiras presentes no país, todas, segundo investigações, envolvidas na Lava Jato. As informações são do site de jornalismo investigativo peruano Ojo Publico. Só da Odebrecht foram confiscados US$ 46 milhões (R$ 142 milhões).

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O confisco inclui contas bancárias, imóveis, veículos e contas correntes de terceiros e de funcionários dessas empresas no país. O embargo afeta também as companhias Queiroz Galvão e OAS, diz o site do jornal espanhol El País.

8 empresas brasileiras

tiveram recursos embargados pela Superintendência Nacional de Alfândegas e Administração Tributária do Peru (Sunat). Além da Odebrecht, a Queiroz Galvão e a OAS também estão entre as companhias afetadas pela decisão, segundo o jornal espanhol El País.

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Segundo o Ojo Público, uma área de 4 mil hectares de uma sucursal da Odebrecht foi desapropriada em Olmos, no norte do Peru. O mesmo deve acontecer com um edifício de sete andares no qual funciona a sede da empresa no bairro de San Isidro, em Lima. O prédio está em nome de um fundo fiduciário da sucursal de um banco.

A ação foi tomada embora nenhuma das empresas tenha sido condenada pela Justiça peruana, e as empresas podem recorrer. Em nota ao Ojo Público, a Odebrecht Peru disse que reitera seu “compromisso e cooperação com as investigações em curso” e disse que segue com medidas para “prevenir, identificar e remediar qualquer ato inapropriado para uma relação ética e correta entre o setor público e privado”.

Valores a serem pagos

A Promotoria Anticorrupção do Peru pedirá, segundo a imprensa peruana, ressarcimento de 200 milhões de soles (R$ 190 milhões) para os envolvidos no caso Odebrecht. A quantia deverá ser assumida de maneira solidária pelo ex-presidente Alejandro Toledo, Jorge Barata, o empresário israelense Josef Maiman (amigo íntimo de Toledo), Jorge Cuba Hidalgo (ex-vice-ministro do governo de Alan García) e os demais citados no esquema de corrupção.

Apuração

O governo e o Ministério Público peruanos estão aumentando sua atuação na Lava Jato. A Odebrecht admitiu ter pago US$ 29 milhões em propinas para facilitar sua participação em grandes obras de infraestrutura entre 2005 e 2014, período que engloba os governos dos ex-presidentes Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016). Toledo é alvo de uma ordem de busca e apreensão internacional pela denúncia de ter recebido US$ 20 milhões da empresa brasileira para a construção da Rodovia Interoceânica.

Alan García depôs no caso na quinta-feira passada; Ollanta Humala depôs na sexta. “Não pertenço ao clube dos presidentes prófugos ou que vão morar no exterior”, disse Humala, em referência a Toledo, que está fora do país. Outras testemunhas intimadas a depor são Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, e o atual presidente, Pedro Pablo Kuczynski.

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A Odebrecht iniciou suas operações no Peru em 1979 e controla 27 empresas no país – 19 de origem peruana e oito filiais de empresas brasileiras. Este número foi apresentado pelo jornal Em Comercio em sua edição deste sábado. O levantamento foi feito em parceria com a Sunat. Essas empresas atuaram em ao menos 52 obras públicas, afirma a publicação. Todas serão investigadas.