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Troca-troca

População aprova secretariado

A maioria da população de Curitiba aprovou a mudança de secretariado promovida por Orlando Pessuti (PMDB) no governo do Paraná e a manutenção dos secretários municipais por Luciano Lucci (PSB) na prefeitura da capital. Ao mesmo tempo, grande parte acredita que Pessuti e Roberto Requião (PMDB) podem ficar distantes politicamente, assim como dizem que Ducci e Beto Richa (PSDB) irão permanecer aliados.

Para 63,4% dos entrevistados, Pessuti acertou em substituir a maioria dos secretários de Requião. A maioria (48,2%) diz que eles vão continuar unidos, mas um porcentual alto aposta no inverso: 40,6%.

Em relação à prefeitura, 67,3% dizem que Ducci acertou em manter os secretários nomeados por Richa. Para 81%, eles permanecerão aliados. (HC)

Cinco semanas após terem assumido os cargos de governador do Paraná e de prefeito de Curitiba, Orlando Pessuti (PMDB) e Luciano Ducci (PSB), respectivamente, ainda não entusiasmaram o eleitorado da capital. A maioria dos curitibanos ou não sabe o nome deles ou acha que Roberto Requião (PMDB) e Beto Richa (PSDB) ainda são os governantes. É isso que mostra um levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas com exclusividade para a Gazeta do Povo. De cada 100 curitibanos, 39 citaram corretamente o nome de Pessuti; 40 responderam que Ducci é o prefeito.

O levantamento ouviu 615 habitantes de Curitiba maiores de 16 anos entre os dias 28 e 30 de abril de 2010 para descobrir o grau de conhecimento e a avaliação das duas administrações. O grau de confiança é de 95% com margem de erro de 4%.

A pesquisa mostrou também que pouco mais de 80% da população da capital não conhecem as ações implementadas pelos dois governantes, apesar de Pessuti e Ducci terem trabalhado nos últimos dias em busca de uma identidade própria de governo (leia matéria ao lado). O novo governador, principalmente, empenhou-se em mudar o "estilo" de governo com a mudança de 14 secretários (quase metade das 31 pastas) e com a troca de presidentes de autarquias ou empresas com capital público. É o caso da Companhia de Energia do Pa­­raná (Copel). O ex-presidente Rubens Ghilardi, ligado a Requião, foi substituído por Ronald Thadeu Ravedutti.

Sobe e desce

Apesar do desconhecimento de uma grande parcela da população, Pessuti e Ducci tiveram uma aprovação alta. Somente 40% dos entrevistados citaram nominalmente os dois como governantes na pergunta espontânea, mas mais de 65% aprovaram os pouco mais de 30 dias da administração deles.

O governador Orlando Pessuti conseguiu até aumentar a avaliação do governo estadual depois de assumir o cargo, em 1.º de abril. Levantamento do próprio Instituto Paraná Pesquisas mostrou que a administração de Roberto Requião (PMDB), pouco antes de ele deixar o cargo, foi avaliada como ótima e boa por 39,4% dos curitibanos; como regular, por 27,4%; ruim e péssima, por 30,4%. Nos últimos trinta dias, agora sob o comando de Pessuti, a aprovação do governo estadual aumentou para 66,8% (ótimo e bom); e a desaprovação (ruim e péssima) caiu para 21%. "O problema de Requião era o desgaste das brigas. Ele (Pessuti) está mais bem avaliado porque deu continuidade às ações de governo, mas acabou com as brigas", opinou o diretor do Paraná Pes­quisas, Murilo Hidalgo.

Ducci teve o mérito de manter a boa avaliação dos pouco mais de cinco anos do governo de Beto Richa (PSDB). O tucano renunciou ao mandato no fim de março com um índice de aprovação de 74,3% e de desaprovação de 7,4%; outros 15,7% dos curitibanos consideravam-na regular. A administração de Ducci foi aprovada por 71,4% e desaprovada por 17,7% dos entrevistados na pesquisa. "Ele está seguindo mais o estilo do Richa, mas não tem o mesmo carisma. O Ducci ainda não conseguiu colocar a ‘cara’ dele (no governo)", avalia Sérgio Braga, professor do mestrado em Ciência Política da UFPR.

Normal

Não há nada de anormal no fato de o governador e do prefeito da capital não serem lembrados por mais de metade da população, mesmo após 30 dias da posse. Essa é a síntese da opinião de dois especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo sobre os dados da pesquisa. Porém o levantamento revela alguns detalhes da percepção da administração deles pela população.

Esses dados são importantes para Pessuti, que tem urgência para provar que tem viabilidade eleitoral e, com isso, convencer o partido e possíveis aliados de suas chances como candidato à reeleição. Ducci, por outro lado, ainda tem quase três anos no cargo de prefeito e não precisa ter pressa em virar "nome fácil".

"Só a elite acompanha a política mais detalhadamente. A população demora a perceber isso", destaca Braga. Para ele, a maioria dos cidadãos não tem paciência de acompanhar o cotidiano político e percebe apenas as linhas gerais de um programa de governo. "Política é um assunto chato e distante das pessoas", opina Hidalgo. O pesquisador crê que o nome dos novos governantes se tornará popular quando eles mudarem o cotidiano da população. "Pouco mudou para o cidadão comum (desde que eles assumiram). Não houve nenhuma medida de impacto."

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