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Petrobras diz que faz mudança gerencial, não demissão

A Petrobras afirmou nesta quarta-feira que vem promovendo mudanças em seu quadro gerencial, e que não realizou demissão por conta suspeitas de atos ilícitos em contratações de obras em refinarias. Segundo a Petrobras, as "mudanças" ocorrem em função dos resultados de comissões internas de apuração que apontaram "o não cumprimento de procedimentos normativos internos".

"É importante ressaltar que não houve demissões da companhia, já que não há evidência até o momento de dolo, má fé ou recebimento de benefícios por parte desses empregados citados nos relatórios das comissões internas de apuração", disse a empresa em nota. Segundo a Petrobras, as funções gerenciais não são permanentes, sendo portanto de livre nomeação a qualquer momento por parte da Petrobras.

A Petrobras demitiu um funcionário ligado à Diretoria de Engenharia, Tecnologia e Materiais após a identificação de cerca de 15 empregados suspeitos de irregularidades em contratações de obras em refinarias, disse nesta quarta-feira (19) uma fonte próxima às apurações à Agência Reuters. A exoneração ocorreu como resultado de investigação de uma comissão interna da estatal que identificou supostos desvios de recursos em contratos com empreiteiras ligadas às obras da Refinaria do Nordeste (Rnest), em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

Segundo a fonte, que preferiu não ser identificada, o funcionário demitido era ligado à Diretoria de Engenharia, a mesma do ex-diretor Renato Duque, preso na última sexta-feira em operação Lava Jato, da Polícia Federal. A fonte não revelou o nome do funcionário demitido, que estava ultimamente lotado no centro de pesquisa da Petrobras (Cenpes).

Alguns suspeitos estariam ligados ao funcionário demitido e também estariam próximos de ser exonerados, segundo a fonte. "Não é suspeita de irregularidade, é um passo além, eles já estão objetivamente na comissão como responsáveis", afirmou a fonte.

A demissão ocorreu enquanto a Polícia Federal toma depoimentos de executivos de empreiteiras presos na última sexta-feira, no mesmo dia da detenção de Duque, ex-diretor de Engenharia. Deflagrada em março de 2014, a Operação Lava Jato foi lançada inicialmente para investigar um esquema de lavagem de dinheiro em vários Estados, que seria comandado pelo doleiro Alberto Youssef.

Dias após a prisão de Youssef, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foi preso por suspeita de destruir documentos. Costa e Youssef firmaram acordos de delação premiada com a Justiça e os depoimentos dados por ambos levaram a uma nova fase da operação, em foram presos Duque e os executivos das empreiteiras.

Em depoimento, Costa disse que empreiteiras formaram cartel para realizar as obras da Petrobras e que cobravam um sobrepreço da estatal. Parte dos recursos arrecadados, segundo Costa, seriam repassados a partidos políticos como PT, PP e PMDB. Outra parcela ficaria com os diretores envolvidos e com operadores que repassavam os recursos, entre eles Youssef.

Na terça-feira, a Justiça decidiu manter Duque preso além de outros cinco detidos operação, autorizando ainda a libertação de 11 detidos. A defesa de Duque diz que a prisão é injustificada e desproporcional e nega que ele tenha participado de práticas criminosas.

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