A direção da Polícia Federal pediu à corregedoria da instituição que apure se o delegado Luís Flávio Zampronha violou regras da corporação ao conceder entrevista sobre o mensalão à Folha de S.Paulo e depois ao jornal "O Estado de S. Paulo". A PF possui normas sobre porta-vozes que falam em nome da instituição. A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) protestou contra a medida.

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Segundo nota da assessoria da associação, "em nenhum momento o delegado Zampronha falou em nome da instituição Polícia Federal" e concedeu a entrevista "na condição de associado da ADPF e, sobretudo, de cidadão livre para externar sua opinião".

"A ADPF está estarrecida com o episódio e defende que o delegado Zampronha não precisaria de autorização superior para se manifestar sobre uma investigação já concluída, cujo processo está em fase de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), sem segredo de Justiça, sobre um assunto que está sendo amplamente discutido em todo o Brasil", de acordo com a nota da entidade.

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Procurado pela reportagem, Zampronha afirmou que não iria se manifestar sobre o assunto.

Na entrevista à Folha, publicada na segunda-feira (13), o delegado da PF responsável pela investigação do mensalão entre 2005 e 2011 quebrou um silêncio mantido nos últimos anos e afirmou que "o mensalão é maior do que o caso em julgamento no Supremo Tribunal Federal".

Zampronha disse na entrevista que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares poderiam ter sido denunciados no mensalão também por lavagem de dinheiro --o que não foi feito pelo Ministério Público Federal.

O delegado apontou ainda que alguns funcionários dos principais réus do caso "não sabiam o que estava acontecendo", e a denúncia contra eles contém "injustiças", citando como exemplos os casos das rés Anita Leocádia (assessora parlamentar) e Geiza Dias (gerente da SMPB, agência do publicitário Marcos Valério).

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