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Presos serão trazidos para a superintendência da Polícia Federal,em Curitiba. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Presos serão trazidos para a superintendência da Polícia Federal,em Curitiba.| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Os lobistas Jorge Luz e Bruno Luz tiveram a a prisão preventiva decretada no Rio de Janeiro na manhã desta quinta-feira (23) durante a 38ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Operação Blackout. Foram cumpridos ainda 16 mandados de busca e apreensão. Os investigados responderão pela prática dos crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Segundo a Polícia Federal (PF), os dois estão nos Estados Unidos e são considerados foragidos: Bruno foi para lá em agosto de 2016 e Jorge em janeiro.

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No mandado de prisão, o juiz federal Sergio Moro já havia reforçado que, caso os investigados estivessem no exterior, em virtude de terem dupla nacionalidade, seus nome deveriam ser incluídos no rol de foragidos internacionais da Interpol.

A ação policial desta quinta tem como alvo principal a atuação de operadores financeiros identificados como facilitadores na movimentação de recursos indevidos pagos a integrantes das diretorias da Petrobras. O nome da fase (Blackout) é uma referência ao sobrenome dos dois homens apontados como operadores financeiros do esquema criminoso existente no âmbito da empresa Petrobras. A simbologia do nome tem por objetivo demonstrar a interrupção definitiva da atuação destes investigados como representantes do esquema de corrupção.

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Segundo o Ministério Público Federal (MPF), os dois alvos dessa operação atuavam principalmente na Diretoria Internacional da Petrobras, e esporadicamente nas diretorias de Serviços e Abastecimento. Os pedidos de prisão tiveram como base principal os depoimentos de colaborações premiadas reforçados pela apresentação de informações documentais, além de provas levantadas por intermédio de cooperação jurídica internacional.

Repasse de propina

De acordo com o MPF-PR, os dois alvos das prisões são suspeitos de utilizar contas no exterior para fazer repasse de propinas a agentes públicos. Entre os contratos da diretoria Internacional, os alvos são suspeitos de intermediar propinas na compra dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000; na operação do navio sonda Vitoria 10.000 e na venda, pela Petrobras, da Transener para a empresa Eletroengenharia.

Na área de Abastecimento, as investigações identificaram a participação deles na intermediação de propinas no contrato de aluguel do terminal de tancagem celebrado entre a Petrobras e a empresa Trafigura, e no contrato de fornecimento de asfalto com a empresa Sargent Marine. Também foi identificada atuação dos investigados no pagamento de propinas para Pedro Barusco, ex-gerente da diretoria de Serviços, decorrente de contratos celebrados com a empresa Sete Brasil para exploração do pré-sal.

Para realização dos pagamentos de propina de forma dissimulada, Jorge e Bruno Luz utilizavam contas de empresas offshores no exterior. No decorrer das investigações foram identificados pagamentos em contas na Suíça e na Bahamas.

Na decisão em autoriza a deflagração desta fase, o juiz federal Sérgio Moro destacou que “o caráter serial dos crimes, com intermediação reiterada de pagamento de vantagem indevida a diversos agentes públicos, pelo menos dois diretores e dois gerentes da Petrobrás, em pelo menos cinco contratos diferentes da Petrobrás, aliada à duração da prática delitiva por anos e a sofisticação das condutas delitivas, com utilização de contas secretas em nome de off-shores no exterior (cinco já identificadas, sendo quatro comprovadamente utilizadas para repasses de propinas), é indicativo de atuação criminal profissional”.

Este não é o primeiro envolvimento de Jorge Luz na Lava Jato. Apontado como um dos nomes mais antigos dentro dos esquemas de corrupção da Petrobras, ele seria, inclusive, mentor de Fernando Baiano – apontado como operador de propinas do PMDB nos negócios ilegais realizados na estatal entre 2004 e 2014.

Os presos serão trazidos para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba quando autorizados pelo juízo competente - o que ainda não havia ocorrido até às 9h15.

Depois de incêncdio, trabalhos são improvisados na PF

Nada de conforto de salas com ar-condicionado ou internet à vontade para ajudar nos trabalhos. Dessa vez, investigadores da Polícia Federal de Curitiba tiveram de deflagrar a operação com os recursos escassos, uma vez que computadores do local continuam com acesso limitado por causa de problemas com energia elétrica deixados por um princípio de incêndio que atingiu o prédio da superintendência da PF na capital paranaense no início desta semana.

De acordo com a PF, o incêndio ocorreu no subsolo e não atingiu as salas utilizadas pelos investigadores. Mesmo assim, os trabalhos foram mais difíceis porque o prédio continua funcionando com um sistema de energia elétrica improvisado. Os investigadores não tiveram de trabalhar nas ruas, mas, ainda segundo a Polícia Federal, a rede móvel dos celulares de cada um deles foi imprescindível para as ações desta quarta.

Por causa dos problemas com a energia elétrica na superintendência, a coletiva de imprensa marcada para as 10 horas possivelmente não terá transmissão ao vivo.

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