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Lavagem de dinheiro

PF e MPF costuram terceiro acordo de delação premiada da Lava Jato

Ediel Viana da Silva, braço direito do doleiro Carlos Habib Chater, será ouvido a partir da próxima terça-feira (23) em Curitiba. Termos da delação ainda não foram esclarecidos

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) costuram o que seria o terceiro acordo de delação premiada da operação Lava Jato. O investigado Ediel Viana da Silva, acusado de ser o braço direito do doleiro Carlos Habib Chater, fechou nesta terça-feira (16) um acordo de delação premiada para colaborar com as investigações. Os termos do acordo ainda estão sendo negociados e os depoimentos de Silva começam na próxima terça-feira (23) na PF, em Curitiba. Os outros dois acordos de delação premiada que chegaram ao conhecimento público foram do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do advogado Carlos Alberto Pereira da Costa (leia abaixo).

Réu em três ações penais, Ediel comprometeu-se a apontar novos doleiros e novas empresas que até o momento não foram identificados pelas investigações, além de detalhar o esquema de lavagem de dinheiro.

Ediel Viana da Silva deixou a Casa de Custódia de São José dos Pinhais, onde estava preso, na semana passada. Ele foi transferido para a carceragem da Polícia Federal no bairro Santa Cândida em Curitiba. O advogado dele, Ricardo da Silva Pereira, requereu a transferência por causa de supostas coações de Carlos Habib Chater, réu no mesmo processo.

Papel no esquema

Na denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Ediel Viana da Silva é apontado como braço-direito e laranja do doleiro Carlos Habib Chater, descrito como um dos quatro cabeças do esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas desmantelado pela Operação Lava Jato, da PF, em março. Os dois estão presos desde então.

Além de Chater, os doleiros Ricardo Srour, Nelma Kodama e Alberto Youssef são apontados pelo MPF como os outros operadores do esquema. Eles detinham, conforme a denúncia, diversas empresas de fachada em nome de laranjas para lavar dinheiro no mercado clandestino de câmbio com origem do tráfico de drogas, corrupção, sonegação fiscal e desvio de verbas públicas. Segundo investigações, foram lavados cerca de R$ 10 bilhões.

Terceiro delator

Se realmente firmar o acordo, Ediel será o terceiro réu no processo da Lava Jato a colaborar com as investigações em troca de benefícios da Justiça. O primeiro foi o ex-diretor da PetrobrásPaulo Roberto Costa que, conforme reportagem da revista Veja, entregou nomes de diversos políticos e empresas envolvidos em um esquema de desvio de dinheiro dentro da estatal.

Na sexta-feira, a Justiça Federal também decidiu soltar o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa – apontado como braço-direito e laranja do doleiro londrinense Alberto Youssef – após um acordo de delação premiada com o MPF. Entre as revelações, Costa teria afirmado que Youssef deu de presente um helicóptero para o deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA) no valor de R$ 796 mil.

Ex-diretor da Petrobras viaja de Curitiba nesta quarta para depor à CPI

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso desde março na Operação Lava Jato, deve deixar a sede da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba, por volta das 7h30 desta quarta-feira (17) para prestar depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, no Congresso Nacional, em Brasília.

Conforme informações da assessoria da PF, Costa deve decolar do Aeroporto Afonso Pena, na Região Metropolitana de Curitiba, às 9h, e desembarcar na capital federal por volta das 10h30, em avião da PF. Do aeroporto, o ex-diretor seguirá para a Superintendência da PF em Brasília, onde deve aguardar o horário do depoimento, marcado para às 14h30, no Senado Federal.

Justiça nega pedido de Youssef para suspender processos da Operação Lava Jato

O desembargador João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, negou pedido do doleiroAlberto Youssef para suspender a tramitação dos processos oriundos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Youssef pretendia paralisar a tramitação das ações penais até ter acesso ao acordo de delação premiada, celebrado entre o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

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