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Delegados, agentes, peritos, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal realizam uma paralisação de 24 horas nesta quarta-feira, na maior mobilização da história da categoria. Aproximadamente 12 mil policiais federais de todo o Brasil aderiram ao movimento, de acordo com o sindicato. O movimento afetou emissões de passaportes, entre outros serviços, e causou filas em alguns dos principais aeroportos do país.

Os policiais reivindicam um aumento salarial de 30% referente à segunda parcela de um reajuste de 60% acertado no ano passado com o então ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, com o aval dos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo. O reajuste equipararia os salários dos delegados aos de procuradores da República. A primeira parcela do reajuste foi paga em junho de 2006 e a segunda deveria ter sido paga até o fim do ano passado. Em nota, o sindicato dos delegados afirma que já é hora de o governo "trocar os elogios" às ações da PF pelo "cumprimento do acordo salarial" com a categoria.Análise de processo da Operação Hurricane atrasa

A paralisação deve atrasar ainda a preparação dos laudos periciais da Operação Hurricane e os depoimentos dos 25 presos, que não foram tomados nesta quarta-feira, como era previsto. Com isso, as mais de duas toneladas de documentos apreendidos durante a operação não serão analisadas agora.

O presidente da Federação Nacional dos Policias Federais (Fenapef), Marcos Wink, disse, no entanto, que alguns serviços emergenciais foram mantidos, como aqueles que envolvem operações da PF contra o crime organizado e que exigem cumprimento de prazos.

- A Polícia Federal parou 100 % no Brasil - disse Wink. - Dos cerca de 12 mil policiais federais ativos, alguns mantiveram os serviços essenciais, mas esses nós não consideramos fura-greve.

Operação-padrão em Rio, São Paulo e Porto Alegre

Os policiais federais realizaram operações padrões nos aeroportos internacionais de Cumbica, em São Paulo; Antonio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, e no Salgado Filho, em Porto Alegre. A Infraero confirmou esta informação. Em São Paulo , a espera nesta tarde de quarta-feira é de uma hora para os passageiros que embarcam em vôos internacionais no aeroporto de Cumbica. Os agentes estão checando todos os itens do passaporte, o que leva alguns minutos. Num dia normal, o procedimento de embarque dura menos de 30 segundos.

- Nossa intenção não é prejudicar a população. Por outro lado nós precisamos, também, da compreensão da sociedade - afirmou o presidente do Sindicato de Delegados da PF do Rio, Antônio Ordagi.

Segundo ele, o movimento pode ter continuidade.

- Há grande possibilidade de marcarmos nova paralisação e até uma greve, se o governo federal não cumprir o que ele mesmo já firmou - afirmou Ordagi.

Em Brasília, os policiais fizeram uma caminhada, saindo da sede da PF até a Esplanada dos Ministérios. O movimento será engrossado pelos policiais civis do Distrito Federal. Segundo a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), as duas categorias se uniram para prestar apoio mútuo pela busca do cumprimento de acordos firmados com o Ministério da Justiça e com o governo do Distrito Federal.

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