PF pede à Justiça aval para investigar Agnelo

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A Polícia Federal deve pedir hoje autorização para investigar as acusações de um lobista que afirmou ter pago propina ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), quando ele era diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária em 2008.

Ontem, a PF recebeu uma queixa-crime da deputada distrital Celina Leão (PSD), que faz oposição a Agnelo.

A parlamentar entregou à PF uma gravação com declarações de Daniel Almeida Tavares, que teria depositado R$ 5 mil na conta pessoal de Agnelo na época em que trabalhava para a farmacêutica União Química.

A PF levará a queixa ao Superior Tribunal de Justiça. Só se receberem a autorização os policiais vão periciar o vídeo e investigar o caso. Por ser governador, Agnelo tem direito a foro privilegiado.

O lobista disse à deputada, em vídeo gravado por ela, que o dinheiro passado a Agnelo foi pagamento de propina por decisão tomada na Anvisa em favor da União Química.

O jornal Folha de S.Paulo revelou ontem que, no mesmo dia do repasse, Agnelo deu um certificado para a farmacêutica participar de licitação federal e registrar novos medicamentos.

Segundo Celina, o lobista a procurou por estar se sentindo ameaçado desde que a revista Veja afirmou que ele tinha denúncias contra Agnelo.

Novo vídeo

Ontem, o líder do PT na Câmara do DF, deputado Chico Vigilante, convocou a imprensa para mostrar outro vídeo, desta vez com o lobista dizendo ser amigo de Agnelo e que o dinheiro foi um empréstimo, corroborando a versão dada pelo governador.

"Foi uma quantia que ele [o governador] tinha emprestado numa fase que estava com dificuldade e ressarci assim que tive condições. Não tem nada a ver com outra coisa", disse o lobista no vídeo.

À TV Record, o lobista acusou as deputadas Celina Leão e Eliana Pedrosa de lhe oferecerem dinheiro para que ele acusasse Agnelo.

O governador admitiu ter recebido o dinheiro, mas disse se tratar do pagamento do empréstimo a Tavares. Ontem Agnelo disse ser alvo duma farsa fabricada: "A verdade começa a ser agora restabelecida".

Celina afirma que o lobista não pediu dinheiro nem este lhe foi oferecido. Já Eliana diz que ele pediu emprego.