O piloto Paulo Roberto Montezuma Fermino, de 39 anos, que morreu no acidente com o Learjet 35 não tinha passado pelo treinamento que simula situações de risco, conforme determina a legislação brasileira desde o início deste ano. O diretor administrativo da Reali Táxi Aéreo, empresa que arrendava a aeronave, disse que Montezuma passaria pelo treinamento no simulador de vôo, nos Estados Unidos, apenas no próximo ano. Isso porque esse tipo de treinamento necessita de agendamento com bastante antecedência. Ele disse no entanto que tanto o piloto como o co-piloto da aeronave, Alberto Soares Júnior, tinham experiência suficiente para operar a aeronave e não estavam impedidos de voar.
- O piloto não passou por treinamento pelo simulador americano. Ele faria isso no ano que vem, mas era muito experiente. Tinha dez mil horas de vôo, sendo 5 mil somente naquele modelo. A partir de agora, o treinamento é necessário a cada dois anos. A aeronave estava com manutenção em dia e os pilotos são habilitados e fizeram todos os treinamento quando entraram na empresa - disse Ricardo Gobbetti.
O diretor disse que a última manutenção na aeronave foi feita entre 14 e 25 de outubro pela ABC Táxi Aéreo, de Uberlândia, Minas gerais. Segundo ele, vários itens passaram por inspeção, mas não houve necessidade de revisão da turbina. Ele não quis comentar possíveis falhas na aeronave, que tenham provocado o acidente. Ele disse que só a investigação poderá dizer o que aconteceu.
A Reali Táxi Aéreo opera há dez anos e tem sede no aeroporto de Congonhas. A empresa tem cerca de 130 funcionários e dez aeronaves. O diretor da empresa criticou as restrições impostas às companhias para a operação em Congonhas. Ele disse que tem precisado alternar os vôos entre o Congonhas e o Campo de Marte, que apresenta restrições logísticas e prejudica a operação executiva.
Segundo ele, os familiares das vítimas serão indenizados pela Unibanco AIG, que é a seguradora da empresa. O valor do seguro não pode ser revelado, mas cobre todos os custos, incluindo a indenização pelo imóvel destruído. As vítimas que tiveram casas atingidas foram encaminhadas para hotéis e estão sendo acompanhadas por seis psicólogos. Também há médicos e enfermeiros de plantão, diz o diretor.
O Learjet tinha vindo no mesmo dia de Angra dos Reis com a procuradora da Textar, Márcia Regina Gonçalves Faria, as duas filhas dela e um amigo, identificado como Wagner Faria. A aeronave iria para o Rio de Janeiro buscar mais uma pessoa da família de Márcia.
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