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Piorou o estado de saúde da recém-nascida jogada pela própria mãe no Rio Arrudas, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A menina ainda está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em estado grave. Ela teve uma crise convulsiva, que foi controlada com medicamentos, está com uma infecção no aparelho digestivo e respira com a ajuda de aparelhos. Mas, segundo os médicos, como ela nasceu com 37 semanas, tem mais chances de recuperação.

- Ela apresenta hematomas leves no tórax e no joelho, o que indica que foi jogada de frente no ribeirão - revela a diretora da Maternidade Municipal de Contagem, Renata Soares.

A mãe teve alta do hospital nesta terça-feira e foi levada para uma carceragem. Ela jogou a criança pela janela da casa dela depois de ter tomado remédios abortivos, que acabaram provocando o parto prematuro. A mulher deverá ser apresentada nesta terça.

O delegado do 4º Distrito Policial de Contagem Anderson Bahia deve ouvir, também nesta terça, o suposto pai da criança, que mora na região nordeste de Belo Horizonte e que até segunda-feira não sabia que Elisabete estava grávida. Outra pessoa que pode ser ouvida imediatamente é a mãe de Elisabete, com quem ela morava na Vila Dom Bosco.

Elizabete foi presa em casa, após denúncia anônima, e confessou ter jogado a filha recém-nascida pela janela, num rio poluído que passa atrás de sua casa. Segundo a polícia, ela admitiu ter tomado remédios e um chá para provocar um aborto. Ela foi autuada em flagrante por tentativa de homicídio. A pena varia de cinco a 13 anos de prisão.

- Ela disse que não queria a criança. Por isso tomou o abortivo e a jogou pela janela. Ela falou que escondeu, que ninguém da família sabia que ela estava grávida. Em momento algum, ela falou de arrependimento - contou o delegado Anderson Bahia.

Nos próximos dias, também devem prestar depoimento vizinhos da dona-de-casa e os dois rapazes que resgataram o bebê das águas do Arrudas. A polícia terá a missão de desvendar algumas contradições no depoimento de Elisabete.

O delegado não acredita que ela tenha jogado a menina da janela de casa, por causa da altura, e nem que ela tenha feito isso na madrugada de sábado para domingo, já que seria muito difícil a criança sobreviver a cerca de 12 horas na água.

Recém-nascida foi resgatada por moradores da região

Michelle, nome dado por funcionários do hospital, foi resgatada por Tiago Magalhães da Silva, de 25 anos, e Adailton Elias, de 27, moradores da região. Adailton contou que o bebê estava com o corpo submerso, somente com uma parte da cabeça fora da água.

A menina Brenda Martins, de 9 anos, a primeira a ver a recém-nascida no rio, foi visitá-la.

- Quero que ela sobreviva, fique bem e seja muito feliz - disse Brenda, que, no domingo, chamou a mãe, Vaneide, para ver "uma boneca" que boiava nas águas do Arrudas.

O delegado pretende ouvir os dois homens que encontraram o bebê, Adaílton Elias e Tiago Magalhães, além do pai da criança, que já foi identificado e está sendo procurado por policiais.

Mãe do bebê da Pampulha foi condenada a 8 anos de prisão

Em janeiro de 2006, a vendedora Simone Cassiano da Silva jogou a filha de 3 meses dentro de um saco plástico na Lagoa da Pampulha, também em Minas. A menina só foi salva porque o choro chamou a atenção de populares, que a resgataram. O resgate foi filmado por um cinegrafista amador e o drama de Letícia (nome dado pelos pais adotivos) ganhou o noticiário nacional.

A mãe da criança alegava que tinha dado a criança a uma moradora de rua por não ter condições psicológicas de criá-la. No ano passado, Simone foi condenada a 8 anos e 4 meses de prisão.

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