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O secretário de Comunicação Social Aírton Pisseti não compareceu ontem na Assembléia Legislativa para esclarecer a distribuição de verbas oficiais para publicidade. Ele já havia anunciado que concordava em ir, mas não na data marcada pela Comissão de Comunicação. A ausência frustrou a oposição e levou o presidente da comissão, deputado Marcelo Rangel (PPS), a defender a criação de uma comissão especial para investigar os repasses de recursos feitos pelo governo aos veículos de comunicação.

A ida de Pisseti à Assembléia está sendo marcada por muita discussão há três semanas, desde que o deputado Marcelo Rangel recebeu um relatório do Tribunal de Contas do Estado, assinado pelo conselheiro Fernando Guimarães, apontando gastos de até R$ 150 milhões do governo em propaganda entre 2005 e 2006.

Como presidente da Comissão de Comunicação, Rangel conseguiu aprovar o convite ao secretário para a data de ontem. "Ele fugiu, perdeu uma boa oportunidade de explicar como gastou R$ 150 milhões sem critérios ténicos", disse Rangel.

Marcelo Rangel afirmou ainda que não vai refazer o convite ao secretário e que vai defender a convocação dele através de uma comissão especial de investigação. "Quero chamar para prestar esclarecimentos também o conselheiro Fernando Guimarães, diretores de órgãos de comunicação e de agências de publicidade para saber porque os números do relatório do Tribunal não batem com os do governo", disse.

A reação do deputado irritou os governistas. O deputado Dobrandino da Silva, que faz parte da comissão de Comunicação, disse que se comprometeu em levar o secretário à Assembléia. O deputado diz que Rangel está sendo afoito demais. "Ele chegou aqui ontem e não vou admitir que queira dar ordens a nós. O deputado precisa ter um pouco mais de humildade. O Pisseti vai vir se nós quisermos, não porque ele quer", disse Silva.

O líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli, também criticou Rangel porque a data do convite teria que ser definida em consenso. "Não adianta o cara querer trazer o Pisseti aos tapas aqui", disse.

Para a oposição, a bancada do governo teve tempo suficiente para definir uma data e não fez por falta de vontade política. "O Pisseti poderia ter escolhido outro dia, mas não marcou por birra", disse o vice-líder da oposição, Élio Rusch (DEM).

Apesar de toda a discussão, nada ficou definido. Os deputados já tentaram levar o secretário da Comunicação à Assembléia no mandato anterior e não conseguiram.

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