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No mesmo dia em que a oposição vai se reunir para fechar uma estratégia para garantir a instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras, o Planalto reforçou nesta terça-feira (25) os apelos para que os líderes da base aliada na Câmara não apoiem a investigação. Segundo relatos, o tema foi puxado pelo líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), pedindo para os parlamentares evitarem apoiar medidas para a CPI da Petrobras "furar a fila" de pedidos de investigação. São dez pedidos na frente do que trata da estatal. Os líderes trataram ainda da CPI conjunta do Senado. A conversa foi acompanhada pela ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) que desde a semana passada tem procurado líderes para abafar a CPI.

Para o governo, a oposição tenta lucrar eleitoralmente com as denúncias envolvendo a compra da refinaria de Pasadena (EUA) que atingem a presidente Dilma Rousseff. Questionada por jornalistas sobre o apelo, a ministra negou que tenha tratado do tema no encontro e disse que o governo está disponível para todos os esclarecimentos.

"Não tratei desse assunto. Esse assunto está sendo debatido com os líderes. O governo tem todo interesse e se colocou a disposição para prestar todos os esclarecimentos. As investigações estão sendo feitas pelos órgãos de fiscalização e controle, como Ministério Público, Polícia Federal, Tribunal de Contas da União", afirmou.

"O governo está totalmente à disposição para prestar esclarecimentos necessários, tanto que já temos convites aprovados para o comparecimento de várias autoridades a esse tema no Congresso", completou.

Líderes governistas afirmaram que boa parte se posicionou contra a CPI justamente por se tratar de um ano eleitoral. Na Câmara, 14 deputados do PMDB estão entre os 102 parlamentares que apoiam a criação da CPI mista (em conjunto com o Senado). Como o PMDB da Câmara entrou em crise no governo pelo pequeno espaço recebido na reforma ministerial, o Planalto teme retaliações do seu principal aliado e de outras siglas insatisfeitas com a relação de Dilma com o Congresso.

Há, inclusive, o receio que a polêmica sobre a Petrobras inviabilize outras votações na Casa, como o Marco Civil da Internet, marcada para hoje. No Senado, embora a base aliada seja mais alinhada com o Planalto, também há o temor de adesões governistas à CPI.

Em ano eleitoral, a oposição quer levar a presidente Dilma para o foco da CPI depois que ela admitiu ter dado aval para a compra de Pasadena em 2006, quando presidia o Conselho de Administração da Petrobras. Dilma alegou ter recebido um parecer "falho e com informações incompletas" para autorizar o negócio.

Liderada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), a oposição se reúne hoje para discutir a instalação da CPI. PSDB, DEM, PPS e Solidariedade vão unificar o discurso e a estratégia para deslanchar a apuração.

São necessárias assinaturas de 171 deputados e 27 senadores para que a comissão seja criada nas duas Casas. A oposição reúne apenas 17 senadores no Senado, mas tem a adesão certa de membros do PMDB, PDT, PSB e PP que integram o grupo dos chamados "independentes".

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