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| Foto: Gustavo Lima/Ag. Câmara

Discurso

Em programa partidário de TV, PMDB defende mais eficiência do governo

Agência Estado

Previsto para ir ao ar em cadeia nacional de rádio e TV na próxima quinta-feira, dia 27, o programa partidário do PMDB terá como principal mote a defesa de uma maior eficiência dos serviços públicos como Saúde, Segurança, Educação e mobilidade urbana. Esses setores são exatamente aqueles que foram alvo de protestos realizados em junho do ano passado, período marcado pela queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff.

Um dos conceitos que deverá ser explorado pelos integrantes da cúpula do PMDB no programa é o da "democracia eficiente". "Nós vivemos um momento muito importante de clamor social e está faltando eficiência em muitas áreas do governo", afirmou o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO).

Questionado se o conteúdo dos discursos seria uma crítica à atuação do governo federal em áreas essenciais à população, o senador respondeu: "Não é. Isso é o que a população está clamando. Não adianta ter democracia se não tiver eficiência". No roteiro está prevista a aparição do vice-presidente da República, Michel Temer, do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), do líder do Senado, Eunício Oliveira (CE), e do líder da Câmara, Eduardo Cunha (RJ).

Deputados do PMDB minimizaram ontem o anúncio do corte orçamentário de R$ 44 bilhões, o que acabou reduzindo a R$ 6,510 bilhões as emendas parlamentares individuais. Líderes do PMDB, que vivem um conflito aberto com o Palácio do Planalto, destacaram que os cortes atingem as emendas de bancada e não são expressivos o suficiente para piorar a desgastada relação com o governo Dilma Rousseff.

"Para os deputados, mais importante são as individuais. Elas foram preservadas e são agora impositivas", comentou o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). O peemedebista adotou um discurso ameno ao falar do contingenciamento das emendas e disse que a conjuntura do ­­país tem de ser considerada, mesmo que a retenção dos recursos atrapalhe a entrega de obras nas bases eleitorais.

O líder do PMDB na Casa, deputado Eduardo Cunha (RJ), prevê que os cortes devem causar "chiadeiras" entre os parlamentares, mas ponderou que o governo promoveu o contingenciamento de forma linear e agiu corretamente na escolha dos setores a serem atingidos. "O governo fez o que diz a lei", afirmou.

Bloco informal

O discurso moderado dos peemedebistas sobre o corte orçamentário contrasta com a movimentação nos bastidores contra o Palácio do Planalto. Os deputados da base aliada articulam a formação de um bloco informal para isolar o PT e aumentar o poder de pressão sobre o governo. PMDB, PP, PSD, PR, PDT, PTB, PSC e PROS, além do oposicionista SDD, querem debater propostas em tramitação na Casa e conduzir votações de forma independente das vontades do governo. O bloco "rebelde" deve montar sua estratégia de atuação na próxima terça-feira, 25. "Esse grupo informal é para fortalecer os partidos da Câmara", desconversou Alves.

O PMDB vai defender no bloco que sejam votadas todas as matérias que trancam a pauta da Câmara mesmo sem consenso, entre elas o Marco Civil da Internet. A ideia é colocar para votar em plenário e "derrubar" os cinco projetos, de forma a obrigar o governo a reapresentá-los. "É a posição do PMDB, vamos ver se o bloco pensa igual", disse Cunha.

Desgaste

Parlamentares têm reclamado nas últimas semanas da piora da relação com o Planalto. Se por um lado o PMDB anda muito insatisfeito com os rumos da reforma ministerial, os deputados estão inconformados com o represamento de R$ 447 milhões em emendas parlamentares de 2013, que haviam sido acordadas com o governo, mas que ficaram sem empenho e não foram inscritas em restos a pagar. Até a bancada petista se rebelou com o Executivo. "A relação do governo com a Câmara para ser considerada ruim tem que melhorar muito", ironizou Eduardo Cunha.

Já o líder do PR, deputado Anthony Garotinho (RJ), não tem dúvidas de que o corte aumentará a insatisfação dos deputados com o governo. "Contingenciar essas emendas é jogar gasolina em incêndio. O governo já está com um problema sério na Câmara e no Senado", comentou. Garotinho criticou a falta de aviso prévio do governo aos parlamentares. "Acho que faltou ao governo diálogo. Não se pode comunicar uma decisão dessa pelos jornais", disse.

O líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), também reconheceu que o contingenciamento traz desgastes em ano eleitoral. "Eu sei que é muito difícil porque muitas vezes o deputado já anunciou na sua comunidade. Mas é um corte coerente com todos os segmentos", avaliou.

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