O vice-presidente Michel Temer (PMDB) disse nesta terça-feira (21) que o PMDB vai examinar o pleito do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para que o partido acompanhe sua decisão de deixar o governo Dilma Rousseff (PT).
“Ele [Cunha] falou que vai trabalhar muito para que o partido possa desvincular-se do governo. É claro que nós, do partido, reiteramos que a decisão é pessoal, e essas decisões são tomadas pelas instâncias partidárias”, ponderou.
“Mas, evidentemente, que pode ocorrer um dia qualquer em que o PMDB resolva deixar o governo, especialmente se, em 2018, entender ter uma candidatura presidencial”, afirmou em palestra para advogados americanos em Nova York.
Temer disse que toca no assunto “singelamente, suavemente, com uma questão política, e não de atrito pessoal. Jogando água no fogo, e não gasolina”.
Oposição
O vice-presidente criticou a postura da oposição. “No Brasil, sempre foi assim. Quem perdeu a eleição acha que tem que contestar”, afirmou. “[A oposição] deve se opor por uma questão de mérito, não simplesmente porque perdeu.”
“O sistema jurídico impõe que a oposição fiscalize, critique, observe, contrarie e controverta, precisamente para ajudar a governar”, discursou.
Na sequência, ele emendou: “Tenho colegas jornalistas brasileiros aqui e não estou fazendo nenhuma crítica à oposição lá do Brasil. Os que foram oposição hoje foram situação no passado e poderão vir a ser situação no futuro. A coisa é sempre a mesma. Enquanto você não mudar os costumes políticos, ninguém vai ter esse conceito jurídico positivo de situação e oposição”.
Temer fez referência à postura da base aliada de votar contra o governo e da oposição de votar a favor em algumas questões como a do ajuste fiscal no que diz respeito a direitos trabalhistas para mostrar como é complexo o sistema político brasileiro.
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