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Presidente Michel Temer já indiciou que Secretaria de Governo deve ficar com o PSDB. | Beto Barata/PR
Presidente Michel Temer já indiciou que Secretaria de Governo deve ficar com o PSDB.| Foto: Beto Barata/PR

Insatisfeito com a possibilidade de perder um ministério e passar a ocupar o mesmo número de pastas que o PSDB, o PMDB, partido do presidente Michel Temer, reforçou pressões por espaços no governo.

Integrantes do partido voltaram a insistir que a Secretaria de Governo, ocupada pelo peemedebista Geddel Vieira Lima até o final do ano passado, é da cota do partido, apesar de o presidente estar negociando a vaga com a cúpula tucana.

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A avaliação no Palácio do Planalto, porém, é de que, por trás deste discurso, a intenção é barganhar para ser “compensado” pela perda do ministério com outros cargos.

Na bancada do PMDB, alguns deputados dizem, reservadamente, que já existe um entendimento majoritário de que, em prol da governabilidade, a Secretaria de Governo deve ser mesmo entregue ao PSDB, partido ao qual Temer já fez sinalizações neste sentido.

No entanto, afirmam que está sendo costurado um acordo para manter em seus respectivos cargos personagens estratégicos para o PMDB: a secretária-executiva da pasta, Ivani dos Santos, e o chefe de gabinete, Carlos Henrique Sobral, por exemplo.

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Ambos continuariam a cuidar das demandas de “varejo” dos parlamentares, mesmo com a eventual nomeação de um ministro do PSDB, dizem os peemedebistas.

“A grande maioria da bancada não gosta dessa posição para o PSDB, mas já entende, pela governabilidade. E a secretaria deve ser fatiada. As pessoas que cuidam da questão do dia a dia do governo devem permanecer por lá, pois já conhecem tudo. Alguns poucos deputados fazem barulho para conseguir algo a mais no governo. Mas o principal já foi superado”, afirmou um peemedebista.

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No PMDB, o “sonho de consumo” é tomar o controle do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), um dos mais cobiçados pela quantidade de recursos que movimenta e pela capilaridade nos estados e municípios. A pasta era comandada pelo ex-deputado Gastão Vieira (Pros-MA), que foi ministro de Dilma Rousseff e nomeado pela petista para o cargo em abril do ano passado.

Quando surgiram as movimentações para a troca na presidência do fundo, o PMDB reivindicou o cargo, mas Temer acabou escolhendo o indicado do prefeito de Salvador, ACM Neto, o ex-secretário de Urbanismo da capital baiana, Silvio Pinheiro (PSDB), que também coordenou a campanha de Neto à reeleição.

Para a Secretaria de Governo, o deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) continua sendo tido como favorito. O líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), tem sido porta-voz, no Palácio do Planalto, dos relatos de que a bancada não pretende abrir mão do espaço e quer ser recompensada por qualquer perda.

Peemedebistas do círculo mais próximo a Temer endossam a pressão. Dizem que, simbolicamente, a nomeação de um tucano seria dizer que o PSDB tem o mesmo peso no governo que o partido do presidente. Em qualquer cenário, a bancada pretende cobrar caro.

“O PMDB quer manter o espaço. Se isto não ocorrer, tem que haver compensação à altura”, afirmou uma fonte do Planalto.

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