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O PMDB do Paraná vai tentar convencer o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) a manter a validade da aliança com o PSDB alegando que a executiva nacional tucana tinha conhecimento de que a coligação seria deliberada na convenção estadual do partido e não houve impedimento. Pela interpretação da equipe jurídica da coligação, a direção nacional não tentou impugnar o resultado e houve o "silêncio da executiva".

A tese foi defendida pela coligação do governador Roberto Requião (PMDB) na contestação apresentada no domingo à noite ao TRE. O partido entregou sua defesa a seis pedidos de impugnação da aliança feitos pela ala tucana que é contra o apoio ao PMDB.

Outros pontos destacados, segundo o advogado da coligação, Guilherme Gonçalves, é que no dia 27 de junho, dois dias antes da convenção estadual, houve uma reunião da executiva paranaense e todos concordaram em colocar na cédula a coligação com Requião. "A discussão teve a concordância inclusive dos descontentes e da direção nacional", disse o advogado.

O PMDB também anexou no documento um histórico dos meses que antecederam a convenção. "Vamos comprovar que desde outubro as conversas sobre a coligação com o PSDB já vinham sendo feitas, temos declarações de (Valdir) Rossoni de que respeitaria a decisão da maioria e de que a própria executiva nacional foi avisada sobre o que seria decidido na convenção", disse Gonçalves.

Mesmo que a resolução da executiva nacional invalidando a convenção fosse válida, o advogado considera que seria ilegal porque não há uma diretriz proibindo a coligação entre os dois partidos. Lembra, inclusive, que o PSDB e o PMDB estão coligados em mais oito estados. "Os convencionais do PSDB não são palhaços, foram chamados a votar e agora os que perderam querem modificar o resultado", afirmou o advogado. "Perderam o jogo, mas não podem simplesmente dizer que não querem brincar mais."

O presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, disse que todos os argumentos do PMDB podem ser facilmente derrubados porque a executiva nacional impediu a aliança através de uma resolução do presidente Tasso Jereissati porque o governador não apoiará o candidato Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República.

O deputado defende que o PMDB desista de querer se sobrepor a uma decisão da instância máxima do partido e cuide da sua própria campanha. "Não sei porque tanta insistência em se coligar com o PSDB. O PMDB nunca foi nosso parceiro nas eleições presidenciais, para o governo estadual nem para a prefeitura de Curitiba. Será que eles não têm desconfiômetro?", provocou Rossoni.

Para o tucano, não adianta o PMDB forçar "contra a normalidade". Precisa sim é ter coerência e linha política porque a população não vai entender o que está acontecendo no Paraná. No entendimento da ala que faz oposição ao governo, o partido está liberado para trabalhar na campanha do candidato a governador Osmar Dias (PDT).

O TRE tem prazo até 23 de agosto para decidir se vale ou não a coligação. Enquanto isso, Hermas Brandão cumpre agenda de campanha diária ao lado de Requião. (KC)

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