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Lula: suspeita de tráfico de influência na liberação de verba do BNDES. | Sebastião Moreira/EFE
Lula: suspeita de tráfico de influência na liberação de verba do BNDES.| Foto: Sebastião Moreira/EFE

A Polícia Federal (PF) suspeita que o sobrinho de Lula, Taiguara Rodrigues dos Santos, de 42 anos, é laranja do ex-presidente no suposto esquema de tráfico de influência no BNDES para a liberação de empréstimos para a empreiteira Odebrecht. Taiguara foi alvo de mandato de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a depor, nesta sexta-feira (20), durante a deflagração da Operação Janus. Uma empresa dele fechou contrato com a Odebrecht para prestar serviços na obra da hidrelétrica de Cambambe, em Angola, tocada pela empreiteira com recursos liberados pelo BNDES. A suspeita é de que a contratação da empresa de Taiguara foi uma forma de encobrir o pagamento de propina após o tráfico de influência no BNDES.

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Taiguara é sobrinho da primeira mulher de Lula, Maria de Lourdes da Silva, que morreu em 1971. Lula o considera um sobrinho. Filho de Soledade Rodrigues Morales e Jacinto Ribeiro dos Santos, irmão de Maria de Lourdes, Taiguara passou a ser investigado depois que vieram à tona informações sobre o enriquecimento dele.

Uma reportagem da revista Veja de fevereiro de 2015 conta que, de dono de uma pequena empresa de fechamento de varandas em Santos, no litoral paulista, Taiguara havia se transformado em fornecedor da Odebrecht, com contrato para prestar serviços para a empreiteira em Angola, na hidrelétrica de Cambambe – uma obra feita com recursos do BNDES.

A empresa contratada pela Odebrecht é a Exergia Brasil, aberta em fevereiro de 2009 com capital de R$ 10 mil e sociedade com a Exergia Projectos, de Lisboa. Em menos de seis meses, o capital da empresa saltou para R$ 1,5 milhão. Taiguara é também sócio da Projetai Assessoria Empresarial – também aberta em 2009, onde teve como sócio José Emannuel de Deus Camano Ramos entre 2010 e 2012 – e da FZTAI, aberta como empresa de “serviços de informação” e depois alterada para “construção de edifícios, serviços de engenharia e seleção e agenciamento de mão de obra”.

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José Emannuel foi levado junto com Taiguara nesta sexta-feira para depor em condução coercitiva. O contrato da Exergia com a Odebrecht foi firmado em 2012. Sócio de Taiguara na Projetai, José Emannuel foi também funcionário da Exergia entre julho de 2012 e abril de 2013, segundo a PF.

Viagens internacionais

A Polícia Federal descobriu que, entre abril de 2008 e janeiro de 2015, Taiguara esteve em 81 voos internacionais. Em 2014, viajou três vezes para a Cidade do Panamá. Numa delas, no mesmo voo estava José Emmanuel. Em novembro, Taiguara foi e voltou para o Panamá no mesmo voo de Fábio Luis Lula da Silva, filho de Lula, e Fernando Bittar, dono do sítio em Atibaia que é utilizado pela família Lula e alvo de investigações da Lava Jato.

Em 2014 Taiguara viajou também para Lisboa (Portugal), duas para Luanda (Angola), uma para Paris (França). No ano passado, foi pelo menos uma vez para Luanda.

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O endereço da Exergia que ainda consta na Junta Comercial não funciona há pelo menos um ano em Santos. Procurada, a Exergia em Portugal ainda não se manifestou sobre a operação desta sexta-feira. No site da Exergia portuguesa, há referência à obra de Angola e a empresa cita a Odebrecht como uma de suas principais parceiras internacionais.

Procurada, a Odebrecht disse, por meio de sua assessoria, que não ia se manifestar sobre a operação desta sexta-feira.

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