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Megaoperação da Polícia Civil prende 29 pessoas no Paraná

Uma operação da Polícia Civil em todo o Brasil resultou na prisão de mais de 700 pessoas, 29 somente no Paraná. Todos os detidos são acusados de homicídio.

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Numa inédita operação conjunta, iniciada na segunda-feira e divulgada nesta sexta, polícias civis de todos os estados e do Distrito Federal prenderam membros de quadrilhas de seqüestradores, traficantes, homicidas, estupradores e assaltantes. Só em São Paulo foram mais de 1.600 presos num único dia. O balanço total da operação só será divulgado na segunda-feira.

Apesar de o delegado Celso Ferro, diretor do Departamento de Atividades Especiais da Polícia Civil, em Brasília (DF), ter dito mais cedo que a ação tinha como objetivo chamar a atenção das autoridades sobre a atuação da Polícia Civil, o coordenador da ação negou no fim da tarde desta sexta que a megaoperação fosse um protesto. O delegado geral da Polícia Civil de São Paulo, Mario Jordão Toledo Leme, que chefiou a ação, disse que o enfoque da megaoperação foi no desmantelamento de quadrilhas:

- Não foi um protesto, mas uma ação para mostrar à população que a Polícia Civil está organizada, e vai assumir a responsabilidade que tem no combate à criminalidade, utilizando articulação e inteligência - afirmou o delegado, que é presidente do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil do país.

O delegado do DF, porém, dissera que os policiais querem ser ouvidos na definição das políticas de segurança, na elaboração de leis e na decisão sobre investimentos para o combate à criminalidade. Segundo ele, os policiais civis não estão sendo ouvidos nem mesmo pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, Senasp, chefiada pelo delegado de Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa.

O delegado aproveitou para criticar o projeto que incluiu o crime organizado no Código Penal, aprovado esta semana na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

- Agora mesmo, a CCJ do Senado aprovou projeto sobre o crime organizado que não traz nenhum instrumento novo e nós não fomos ouvidos - disse o delegado.

A decisão de lançar a ofensiva foi tomada na última reunião do do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil, em fevereiro, em São Paulo. Os representantes dos órgãos policiais de todo o país decidiram priorizar o cumprimento dos mandados de prisão relacionados ao homicídio pela gravidade desse tipo de ocorrência e pelo impacto que causa na sociedade.

Centenas de prisões e apreensões

Milhares de agentes saíram às ruas em todo o país para cumprir centenas de mandados de prisão temporária, administrativa e preventiva. Os policiais buscaram foragidos, prenderam criminosos em flagrante e ocuparam áreas consideradas de risco. Em São Paulo, três suspeitos morreram em confronto com os policiais. Apenas três dos 645 municípios do estado ficaram fora da operação. No Espírito Santo, 60 pessoas foram presas desde o início da operação, na segunda-feira. Por falta de espaço nas cadeias, os presos foram colocados em micro-ônibus nas delegacias.

No Rio, pelo menos 12 mil homens fizeram operações em vários pontos do estado .Os policiais estiveram em várias favelas. Apreendidos 20 mil maços de cigarros no Rio - Luís Alvarenga/Extra Em Itaboraí, na região metropolitana do Rio, a Delegacia de Defesa do Consumidor fechou um estabelecimento que vendia seis toneladas de carne de porco fora da validade e sem condições sanitárias. Em outra frente, policiais da Delegacia de Repressão a Crimes contra Saúde Pública estouraram um depósito de cigarros clandestino.

No Distrito Federal, 222 policiais foram mobilizados para cumprir 451 mandados de prisão. O esforço resultou em 43 presos.

No Mato Grosso, foram presas 131 pessoas até o início da tarde. Cerca de 150 investigadores e policiais militares, além de 25 delegados, participaram da ação. Foram 39 presos no Mato Grosso do Sul, 29 na capital Campo Grande.

O Paraná registrou ao menos 29 presos, entre eles Dirceu Jacobi, de 29 anos, que estava foragido. Jacobi era procurado pela polícia depois que foi descoberto, no dia 16 deste mês, o cativeiro onde ele mantinha a ex-mulher em cárcere privado há nove meses.

Em Porto Alegre, cerca de 80 agentes se concentraram nas áreas em que ocorreram 80% dos 90 homicídios registrados na capital gaúcha neste ano. Cinco suspeitos de homicídios, sendo dois adolescentes, foram detidos. Drogas, armas e munição foram apreendidas, incluindo balas para fuzil.

Em Pernambuco, 264 policiais participaram da operação, prendendo 33 pessoas. Do total, foram 13 prisões em flagrante e outras 20 pessoas compareceram às delegacias para prestar depoimento. Catorze mandados de prisão foram cumpridos pela polícia, que apreendeu ainda cerca de quatro quilos de crack e outros quatro quilos de maconha. Vinte e dois veículos foram apreendidos e outros 1.339 foram vistoriados em todo o estado.

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