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O número de pontos suspeitos de exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias federais brasileiras aumentou quase 50% em 2007, em comparação ao ano anterior. Ao todo, são 1.795 locais suspeitos contra 1.222 em 2006. O Paraná ocupa o sétimo lugar no ranking nacional, com 82 pontos - ou seja, 4,5% de todos os pontos vulneráveis à exploração no país estão nas rodovias federais do estado paranaense. O índice, no entanto, caiu em 22% este ano - eram 105 em 2006.

Os dados constam no Mapa da Exploração Sexual Infanto-Juvenil, divulgados nesta quarta-feira (15) pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). O estudo mostra que estes pontos vulneráveis são normalmente motéis, bares e postos de gasolina localizados na beira das estradas.

Segundo o relatório inicial, o Paraná tinha 106 pontos suspeitos, mas os dados foram corrigidos para 82 pelo chefe da seção de policiamento e fiscalização da PRF-PR, Gilson Cortiano, e por Marcelo Furtado, chefe de comunicação social da PRF no Paraná. Mesmo assim, o estado permanece na sétima colocação no mapa. "Deve ter havido algum problema na hora de transcrever os números", explica Cortiano, que garantiu os 82 pontos. O assessor de imprensa Pedro Paulo Bahia da PRF de Brasília, onde os dados foram concentrados, disse que os novos números repassados pela PRF do Paraná não podem ser questionados. "Pode ter ocorrido algum erro na hora de tabular os dados, mas os números daí (Paraná) não podem ser questionados já que o levantamento é feito por eles", disse Bahia por telefone. Apesar de reconhecer o erro, Bahia afirmou que os dados divulgados no mapa não serão alterados.

BR-277 tem maior número de pontos suspeitos

O levantamento no Paraná foi feito pela PRF em três meses - de novembro de 2006 a janeiro de 2007. Estes 82 pontos suspeitos de exploração foram identificados nos 1.100 km de rodovia federal de responsabilidade da PRF. Na BR-277, na região Oeste do Paraná, foi encontrado o maior números de pontos suspeitos - 30 no total. Na BR-116, foram 16 pontos, 13 na BR-479, nove nas BR's 277 (Litoral) e 376 e outros cinco pontos vulneráveis na BR-373. "Os problemas mais graves estão em Paranaguá, nas regiões próximas de Cascavel e Foz do Iguaçu, e na região metropolitana de Curitiba (BR-116)", disse Cortiano. "É região portuária e de fronteira", completa.

Pontos de exploração saem da rodovia e migram para as cidades

A queda de 22% no índice em 2007 se deve, segundo Cortiano, ao trabalho de fiscalização. Entretanto, explica ele, o que vem acontecendo é uma migração destes pontos suspeitos de exploração da rodovia para as cidades. "Essa migração é uma realidade. Estamos em contato permanente com outras autoridades para combater todo o tipo de exploração", disse o chefe de fiscalização da PRF no Paraná.

Em todo o estado, ainda de acordo com Cortiano, ninguém foi preso neste ano, mas 18 adolescentes foram encaminhadas para o Conselho Tutelar. Em 2006, cinco adultos, a maioria homens, foram detidos acusados de aliciar jovens. "As meninas se prostituem por até R$ 5. Às vezes até por um prato de comida", comenta.

Minas Gerais lidera ranking no país e Rio Grande do Sul na Região Sul

Minas Gerais, que tem a maior malha viária do país, aparece no mapa da PRF como o estado com maior número de pontos suscetíveis à exploração - ao todo são 290. Rio Grande do Sul aparece na segunda colocação com 217 pontos, seguido de Mato Grosso do Sul, com 143. No fim da tabela aparece o estado de Amapá que, de acordo com o mapa, não apresenta nenhum ponto suspeito de exploração sexual de adolescentes. Sergipe, com dois pontos, é o antepenúltimo.

Da região Sul, o Rio Grande do Sul aparece como o estado com mais pontos suspeitos de exploração sexual de crianças e adolescentes. Paraná vem em segundo e Santa Catarina, com 78 pontos, vem logo atrás.

PRF comenta aumento de pontos em 2007

Em seu site, a PRF comenta o aumento de quase 50% em 2007 dos pontos vulneráveis à exploração de adolescentes. "O aumento expressivo do número de pontos identificados não expressa, necessariamente, que o problema tenha se agravado. Na verdade, a estrutura disponibilizada pela Polícia Rodoviária Federal para rastreamento destes locais tem crescido a cada ano. Com mais policiais envolvidos, desenvolvimento de know-how e mais tempo de pesquisa, o detalhamento é maior e, por conseguinte, o número de locais também cresce".

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