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Militantes do PMDB pediram a Temer para vestir a faixa presidencial de Dilma. O vice silenciou por segundos e recusou o pedido. | José Cruz/Agência Brasil
Militantes do PMDB pediram a Temer para vestir a faixa presidencial de Dilma. O vice silenciou por segundos e recusou o pedido.| Foto: José Cruz/Agência Brasil

Em meio a protestos contra a presidente Dilma Rousseff e pedidos de impeachment, o vice-presidente da República, Michel Temer, fez na terça-feira (17) um discurso, na convenção nacional do PMDB, em que defendeu a necessidade de reunificar o país e no qual teceu várias críticas a políticas do governo do qual faz parte. Interrompido por peemedebistas que pediam para Temer assumir a Presidência, ele, após segundos de silêncio, respondeu: “Por enquanto não, obrigado”, e se esquivou afirmando que está no fim de sua carreira política. “Vamos esperar 2018. Vamos montar um candidato, um grande nome do PMDB.”

Não se calar em troca de cargos

Vaiado por um grupo de militantes antes de iniciar seu discurso na convenção do PMDB, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), afirmou que o partido “não pode se calar” em troca de “meia dúzia de carguinhos” e que chegará o momento de a sigla decidir sobre o desembarque do governo Dilma Rousseff. “Nós não participamos, não formulamos e não temos compromisso com aquilo que está sendo colocado [pelo governo]”, disse. Ele afirmou que “ninguém tem dúvida de que o PMDB lançará candidato à Presidência em 2018.

No discurso, Temer reconheceu a grave crise que o governo Dilma atravessa. “Não é de hoje que tenho falado em reunificar o pensamento nacional e pacificar a nação. Não é da índole do brasileiro a disseminação do ódio”, afirmou.

E, embora dentro do PMDB haja desde defensores do impeachment quanto fiéis aliados de Dilma, Temer afirmou que o partido está unido para ajudar o país a retomar o crescimento e que as ideias e o documento propostos no congresso têm como objetivo evitar o retrocesso. “Esse programa [da sigla] pode ser uma colaboração para o governo a que eu pertenço, que poderá utilizá-lo se assim o quiser”, afirmou, destacando que “não se trata de projeto definitivo e acabado”.

Segundo Temer, o objetivo do congresso é ouvir membros do PMDB sobre como ajudar o Brasil a sair da situação em que se encontra. “A grave crise ameaça o povo com velhos fantasmas, como a inflação e a inviabilização do governo em oferecer programas promotores de justiça social”, disse.

Ao destacar a evolução do país desde os tempos do Plano Real, Temer lembrou a inclusão de 40 milhões de brasileiros na classe média e afirmou que essas “conquistas estão sendo ameaçadas”. “São elas que desejamos salvar”, afirmou, ressaltando que o documento do PMDB contém uma proposta do partido para o país retomar o crescimento.

Lei da partilha

Temer usou o seu discurso em congresso de fundação do PMDB para fazer um mea-culpa pelo fato de o partido ter apoiado a atual lei da partilha dos recursos do pré-sal, proposta pelo PT. “Devemos enfrentar os entraves ao desenvolvimento. O PMDB colaborou com a atual lei da partilha de recursos do pré-sal e tenho que admitir que se equivocou”, disse, justificando que a legislação prejudica os investimentos no setor.

O vice-presidente afirmou ainda que o Brasil precisa abrir a sua economia – o PT costuma ser acusado de ser protecionista. “Os momentos de crise econômica é que nos permitem e até exigem propostas inovadoras e ousadas”, afirmou.

Independência

O ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, afirmou no mesmo evento que o programa partidário do PMDB é o “primeiro passo” rumo às candidaturas peemedebistas em 2016 e 2018. Para ele, ao lançar o documento, a legenda adota atitude independente. “O PMDB hoje adota atitude própria de partido político independentemente da situação em que esteja. O PMDB é muito maior que qualquer aliança que tenha sido feita”, disse, se referindo ao PT.

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