Com a resistência do Palácio do Planalto a devolver o Ministério dos Transportes ao PR, a legenda decidiu dar um ultimato e ameaça tomar posições independentes nas eleições municipais, tumultuando o cenário mais caro ao PT: a disputa pela prefeitura de São Paulo. O comando do PR deu um prazo ao governo até 20 de março, quando deve reunir sua Executiva Nacional para definir as candidaturas municipais. Na capital paulista, a principal prioridade do PT, o PR sinaliza em outra direção: apoiar o tucano José Serra ou até lançar o deputado federal Tiririca (PR-SP) .

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No núcleo palaciano, o gesto do PR foi recebido como chantagem política, para retomar espaço no governo. Na avaliação de um ministro, isso pode dificultar ainda mais a reaproximação. A presidente Dilma Rousseff tem sinalizado que não quer trocar o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, que assumiu o cargo em julho de 2011, após a saída do senador Alfredo Nascimento (AM), presidente do PR, em meio a denúncias de corrupção na pasta. Nascimento avisou que, sem cargos no governo, o PR terá nova postura.

O Planalto voltou a sondar o senador Blairo Maggi (PR-MT) para assumir os Transportes, mas, de novo, ele não foi receptivo.

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"Na base aliada, o PR tem uma postura nas eleições municipais. Mas, fora da base, a lógica será outra. Em São Paulo, o PSDB convidou o PR para uma aliança. Até então, tínhamos um compromisso com o governo. Mas, se continuar nessa situação, vamos cuidar da nossa sobrevivência. Temos até 20 de março para aguardar uma posição do governo. É hipocrisia dizer que partido do governo não quer cargo. Não dá para ficar assim: ser governo para votar a favor, e ficar apenas com o ônus. Já que o PR não tem cargos, a eleição municipal passou a ser questão de sobrevivência", disse Nascimento.

Outra possibilidade em análise é o lançamento de Tiririca. Campeão de votos na última eleição para deputado federal, ele é visto como um trunfo para eleger uma bancada de vereadores. E pode servir como moeda de troca para um apoio no segundo turno. O nome de Tiririca foi lançado como mais uma forma de pressionar o Planalto.

"Já estamos analisando a candidatura de Tiririca. É um nome com muita for ça eleitoral", disse o líder da bancada, deputado Lincoln Portela (MG).