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O prefeito de Cerro Azul, Claudinei Braz (à direita): “O cenário não é tão ruim quanto parece” | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
O prefeito de Cerro Azul, Claudinei Braz (à direita): “O cenário não é tão ruim quanto parece”| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

História

Nobre que ajudou a região foi considerado "traidor da pátria"

Não é à toa que Ildefonso Pereira Corrêa recebeu o título de Barão de Serro Azul. Ildefonso era irmão de Joaquim Severo Corrêa, que foi um diretor da Colônia Assunguy (que deu origem às cidades de Dr. Ulysses e Cerro Azul) e um dos homens locais mais influentes da região, mesmo depois de ter deixado a função. A ligação familiar levou o barão a conhecer e ajudar a colônia, buscando, principalmente, melhorar o acesso à região.

Para azar de Cerro Azul, o homem que ajudava a região foi morto em 1894, considerado um traidor da Revolução Federalista. O título de traidor da pátria foi carregado por anos por Ildefonso. Ele só entrou para o livro panteão dos heróis em 2008, por uma iniciativa do ex-senador Osmar Dias (PDT-PR).

O atual prefeito de Cerro Azul, Claudinei Braz (PSB), atribui o resultado ruim do IDH do município a uma mentira. Na opinião de Braz, muitos moradores da cidade mentiram ao entrevistador que realizou a pesquisa quando questionados sobre a renda da família. "A pessoa não responde que ganha mais por medo de perder o Bolsa Família. Essa questão puxou o nosso IDH para baixo. O cenário não é tão ruim quanto parece", diz o prefeito, que assumiu o comando de Cerro Azul neste ano.

A renda per capita dos moradores é um dos itens levados em consideração pela ONU para calcular o IDHM. Em Cerro Azul, segundo o levantamento, a renda mensal média dos moradores é de R$ 342,88 — média 0,604.

Esse, porém, não é o ­­sub-índice com o pior resultado. Assim como quase a totalidade das cidades brasileiras, Cerro Azul sofre com a baixa qualidade da educação. A média é de 0,392, considerado baixo pela ONU. Um dos pontos problemáticos é a evasão escolar, principalmente entre os jovens de 15 a 17 anos. Se aproximadamente 80% da população até a faixa dos 13 anos frequenta a escola, a partir dos 15 anos o porcentual cai para cerca de 40%.

Segundo Braz, uma das dificuldades é a questão cultural. "As famílias enxergam no filho uma oportunidade de aumentar a renda e acabam levando os mais velhos para trabalhar na safra", diz o prefeito. De acordo com ele, a administração busca um convênio com o governo federal para instalar na cidade cursos técnicos na área agrícola para tentar atrair os jovens e mantê-los na escola.

Outra ideia em estudo é implantar um sistema de uniforme inteligente, que conteria um chip para ajudar no controle da frequência dos estudantes. Com o uso do chip, os pais seriam avisados, via mensagem de celular, quando o estudante falta. "Mas essa ideia é mais para a escola da sede [do centro do município], para as do interior não poderia ser implementada."

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