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Recife (AE) – Um dia depois da divulgação de transferências de recursos das contas bancárias do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza para entidades de classe e representativas de setores políticos, o presidente da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) e prefeito do Recife, João Paulo Lima e Silva (PT), divulgou ontem uma nota oficial afirmando que pediu "um balanço completo nas contas da entidade".

O comunicado teve o "objetivo de esclarecer a posição da entidade em relação ao noticiário nacional e local envolvendo-a como beneficiária de recursos originários de empresas que estão sendo alvo de denúncias e investigadas por CPIs (comissões parlamentares de inquérito)".

A FNP recebeu, em janeiro, R$ 90,55 mil. A doação ocorreu ainda na gestão da ex-presidente Kátia Born Ribeiro, ex- prefeita de Maceió. João Paulo havia afirmado na segunda-feira "não ter conhecimento da doação". Ele, que assumiu a presidência da frente no fim de fevereiro, voltou a afirmar que a figura do presidente da FNP "era simbólica", mas assegurou que se empenhará para mudar essa realidade.

"Desde que assumi o comando da Frente Nacional dos Prefeitos, tenho procurado modificar algumas práticas. Antes mesmo de saber dessa doação, já havia determinado um maior controle no ordenamento de despesas e assinaturas de convênio.

Antes, havia coisa demais sendo feita sem sequer uma assinatura do presidente.

Ainda não tenho em mãos nenhuma documentação sobre essa doação, mas já solicitei uma busca detalhada nos arquivos", argumentou, por telefone.

Responsável pela maior parte das ações de gerenciamento da entidade, o secretário-geral da FNP, João Luiz Santos, era o titular do cargo na época em que a doação foi realizada.

"Eu o mantive no cargo. Ainda não tive condições de sentar com ele para debater esse assunto, mas isso será feito em breve." Procurado pela reportagem, Santos não foi localizado. O telefone celular dele estava desligado e, na sede da FNP, a informação dada foi a de que ele estaria viajando para o Rio Grande do Sul.

Ainda de acordo com o texto, publicado na página da entidade na internet (www.fnp.org.br), a doação teria sido feita a partir de um pedido de patrocínio, proposto pela FNP aos Correios, para a realização de um evento.

O valor, de R$ 150 mil seria usado para arcar com parte das despesas do Seminário Cidade Brasil – Integração dos novos governantes à luta municipalista, realizado entre 9 e 10 de novembro.

O dinheiro foi depositado na conta da FNP em 7 de janeiro, após o envio de toda a documentação requerida pelo departamento responsável pela liberação de custeios da estatal.

Dos R$ 100 mil liberados, após a dedução de impostos e taxas, restaram R$ 90,55 mil. Na seqüência, o presidente da FNP ressalta que "é de praxe tratarmos com órgãos e empresas, sejam públicos ou privados, na busca de patrocínio para eventos que a FNP realiza".

"No caso citado pela imprensa, tratamos com o departamento competente dos Correios e prestamos recibo à empresa patrocinadora, que teve contrapartida acordada."

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