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Requião e Waldir Pugliesi, durante a convenção do PMDB: 699 dos 712 votos | Marco André Lima/ Gazeta do Povo
Requião e Waldir Pugliesi, durante a convenção do PMDB: 699 dos 712 votos| Foto: Marco André Lima/ Gazeta do Povo

Críticas

Gastos da prefeitura viram alvo

Partido de oposição em Curitiba juntamente com o PT, o PMDB fez pesadas críticas ontem a supostas irregularidades em contrato firmado pelo Legislativo municipal com a mulher do presidente da Câmara Municipal, João Cláudio Derosso (PSDB). Os peemedebistas também criticaram os excessivos gastos do prefeito Luciano Ducci (PSB) com publicidade neste ano. Os dois assuntos foram abordados ontem pela Gazeta do Povo.

"A cidade não melhora quando o prefeito destina milhões para publicidade, nem quando o mercado é satisfeito com R$ 30 milhões para propaganda na Câmara para duas únicas empresas, umas delas com sorte. Com sorte, porque teve a sorte de ser a consorte do presidente da Câmara. Melhora, sim, quando o povo é respeitado", disse Greca.

"[A cidade está] toda voltada à lucratividade de algumas pessoas e ao esquecimento da população. Temos de voltar a refletir sobre a vida da população dos bairros", defendeu o senador Roberto Requião. "Nós precisamos de uma chapa poderosíssima de candidatos a vereador para renovarmos de uma vez por todas a Câmara Municipal e acabarmos com a recorrência e com a falta absoluta de participação da população."

O vereador Algaci Tulio (PMDB) exigiu que Derosso esclareça as denúncias contra ele ainda nesta semana.

O senador Roberto Requião foi eleito ontem presidente do diretório municipal de Curitiba do PMDB e praticamente enterrou as chances de o ex-deputado federal Gustavo Fruet (sem partido) disputar a eleição para prefeito da capital pela legenda no ano que vem. Em seu discurso aos peemedebistas, Requião fez críticas às administrações "negocistas" – segundo ele, voltadas ao mercado e não ao povo – do prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), e do governador Beto Richa (PSDB). Ele também defendeu a candidatura própria do partido para a prefeitura da capital em 2012 e destacou a pré-candidatura à disputa do ex-deputado estadual Rafael Greca.

A chapa liderada por Requião foi a única que disputou a presidência do partido e recebeu 699 dos 712 votos. O resultado, de acordo com o senador, refletiu a opinião do PMDB da capital, inclusive com a participação das "minorias". Destaque dessas minorias, o ex-governador Orlando Pessuti, que está rompido com Requião desde o ano passado, não foi à votação ontem. Ele defendia a eleição de Renato Adur para a presidência do partido, que, além de ter trânsito nas duas correntes da legenda, poderia dar espaço a Fruet no PMDB. "O Pessuti, se não me engano, é de Jardim Alegre. E aqui nós estamos tratando da eleição do diretório de Curitiba", afirmou Requião.

Em relação à possibilidade de Fruet filiar-se ao partido, o senador disse, inicialmente, que qualquer pessoa pode ingressar na legenda. Na sequência, porém, demonstrou a inimizade que há entre os dois, desde que o ex-deputado deixou o PMDB, em 2004, por falta de espaço no partido. "Qual é o próximo partido que ele vai sair?", ironizou Requião, em relação ao fato de Fruet ter deixado o PSDB na última semana.

Críticas

Requião aproveitou também para tecer críticas ao prefeito Luciano Ducci, afirmando que Curitiba deve ser "uma obra coletiva e não um negócio de algumas pessoas". "Ouço falar em alianças, em composições, em personalidades, só que até agora não ouvi falar na nossa cidade. A cidade está esquecida, parece que tudo se transforma num jogo de algumas personalidades", disse.

Beto Richa também não foi poupado por Requião, que garantiu que logo o PMDB voltará a governar o Paraná. "Esta volta dos negociantes está sendo muito mal- sucedida. São os negocistas fazendo negócios e se contrapondo à visão popular de uma administração pública", afirmou.

Por fim, Requião defendeu, sem descartar eventuais alianças, a candidatura própria do partido para prefeito de Curitiba no ano que vem. O discurso foi seguido pelo pré-candidato da legenda até o momento, Rafael Greca, que chegou inclusive a elencar algumas promessas de campanha. "Vejo com grande confiança o PMDB como um partido que pode oferecer a Curitiba uma alternativa de poder. Os problemas de montagem do jogo político não me pertencem. Dos outros, não vou falar", disse o ex-deputado ao ser questionado sobre o nome de Fruet.

Sem espaço

Voz dissonante do partido, o deputado estadual Stephanes Jr. criticou o processo de escolha do comando municipal do partido em Curitiba e, mesmo derrotado, continuou defendendo a escolha de Renato Adur para a presidência da legenda. "O Requião, como presidente, fechou o partido. A maneira de ser dele não dá espaço para ninguém. Eu discuti com o partido, mas fiquei sozinho", afirmou.

"Elegemos um diretório forte, com muita representatividade e por meio de consenso. Disputa­­­remos a eleição em Curitiba sob a liderança do Requião e, com unidade e otimismo, conquistaremos a prefeitura", rebateu o presidente estadual do PMDB, deputado Waldyr Pugliesi.

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