Estratégia
Petistas querem 50 prefeituras do Paraná
A meta do PT para as eleições municipais de outubro é acumular 50 prefeituras no Paraná. Hoje no estado, o partido conta com 34 prefeituras, 280 vereadores e 38 vice-prefeituras. A estratégia faz parte do plano nacional da sigla para este ano, com vistas a apoios futuros e reforço da base aliada em todo o país. No plano nacional, o alvo principal são as 177 cidades brasileiras com mais de 150 mil eleitores.
"Nós queremos crescer, mas sem sacrificar os nossos aliados. Nossa estratégia é manter o que temos, reconquistar o que perdemos e crescer em todo o país. No Paraná, cidades estratégicas como Curitiba, Maringá, Londrina, Ponta Grossa, Cascavel e Foz do Iguaçu são importantes para o partido", comentou o presidente nacional do PT, Rui Falcão, em passagem ontem pelo estado. (FW)
Em passagem ontem pelo Paraná, o presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Rui Falcão, evitou entrar na polêmica sobre a disputa interna do PT de Curitiba. A legenda está dividida entre os que defendem a candidatura própria e os que querem uma aliança para apoiar o pedetista Gustavo Fruet, posição do campo majoritório do partido, encabeçado pelos ministros Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann.
"Em Curitiba existem duas posições: um bloco petista que prefere a aliança com o ex-deputado Fruet e outro que defende a candidatura própria entre dois deputados nossos [o deputado federal Dr. Rosinha e o estadual Tadeu Veneri]. Isso vai ser resolvido pelo diretório municipal" afirmou Falcão. Ele participou ontem de uma reunião do PT em Foz do Iguaçu e estará hoje em Londrina, no encontro do diretório municipal do partido.
Samek
Sobre a eleição em Foz do Iguaçu, onde não existe uma disputa interna do partido, o tom adotado pelo petista foi bem diferente.
Apesar de evitar declarar apoio abertamente à candidatura do diretor da Itaipu Binacional, Jorge Samek, Falcão afirmou que ele garantiria mais força à legenda que outros nomes.
"Antes de março ou abril não vamos ter um quadro claro de coligações nem aqui nem em outras cidades do estado. O Samek tem um papel importante ainda a desenvolver em Itaipu. Mas, como ainda não há uma definição dele, nós preferimos não lançar nenhum outro nome. Não se fala em plano B enquanto prevalece o plano A", garantiu o presidente nacional do PT.
Ele sinalizou, no entanto, que a oficialização do nome de Samek para a prefeitura de Foz do Iguaçu ainda depende do encontro com a presidente Dilma Rousseff. "Existe uma dúvida grande sobre quem vai dar continuidade ao trabalho que vem sendo desenvolvido na Itaipu e as tarefas partidárias. Seria muito importante uma candidatura que consolidasse as forças políticas de Foz do Iguaçu. Mas a substituição da direção da usina é uma decisão exclusiva da presidente Dilma, que deve conversar com o Samek nas próximas semanas", ponderou.
Samek também evitou já colocar seu nome como candidato em outubro. Durante o encontro com lideranças do partido e representantes da base aliada de toda região, declarou que o desejo de dar continuidade aos projetos que iniciou em Itaipu tem tido peso importante na sua decisão.
"São várias iniciativas, como a Unila [Universidade Federal da Integração Latino-Americana]. Isso tudo faz parte de uma estratégia de boa vizinhança com os países da região. Foz do Iguaçu é uma cidade estratégica para o PT. Estamos conversando para ver o que é melhor", afirmou Samek, que segue relutante em deixar a presidência da estatal.
Espaço
A entrada de Samek na disputa pela prefeitura de Foz envolve outros interesses além dos eleitorais. Para disputar a eleição municipal, Samek terá de deixar a cobiçada cadeira de presidente da Itaipu Binacional, o que poderia ter como consequência mais espaço nos ministérios para a presidente Dilma acomodar aliados. Isso porque especula-se que o atual ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, passaria a ser o chefe de Itaipu após a saída de Samek e abriria espaço em um ministério.
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