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Votar dezenas de projetos de lei e realizar mais de uma sessão em um único dia, às vésperas do recesso, é um recurso usado pelos deputados para aprovar projetos às pressas e sem maiores discussões ou, em determinados casos, para evitar a pressão da opinião pública. A avaliação é de especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo. Segundo eles, os parlamentares passam a maior parte do semestre votando matérias de pouca relevância – como homenagens e entregas de títulos honorários – e, diante dessa baixa produtividade legislativa, custam muito caro para os paranaenses.

Na visão do cientista político Adriano Codato, da UFPR, o volume semestral de projetos votados mascara a pouca relevância das matérias discutidas e, na verdade, tenta enganar a população. "Em seis meses, dois ou três projetos relevantes são votados. O restante serve para passar a falsa impressão de qualidade da atividade parlamentar", diz. "Os deputados chamam isso (votar vários projetos no mesmo dia) de expediente parlamentar, mas, na verdade, trata-se de pura malandragem."

O cientista político Ricardo Oliveira, também da UFPR, classifica como "paralisia decisória" o dia a dia da Assembleia. Para ele, a população paranaense espera muito mais dos deputados pelo preço que eles custam aos cofres do estado. Neste ano, por exemplo, o orçamento da Casa é superior a 391 das 399 prefeituras do Paraná. "Pelo que produzem, eles (os deputados) não estão valendo o que recebem", defende.

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