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Cunha passou o dia de ontem em seu apartamento de Brasília | Luis Macedo/ Câmara dos Deputados
Cunha passou o dia de ontem em seu apartamento de Brasília| Foto: Luis Macedo/ Câmara dos Deputados

Na Câmara

PT não pressionará pela renúncia do deputado, dizem dirigentes

Dirigentes do PT decidiram que não farão pressão sobre o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) para convencê-lo a renunciar ao mandato parlamentar e evitar o desgastante processo de cassação na Câmara dos Deputados após a expedição do mandado de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Nós entendemos a posição dele. Renunciar ou não é uma decisão dele", disse um "cacique" petista que pediu para não ter o nome divulgado. Embora tenham anunciado que respeitarão qualquer posição de Cunha, os petistas não descartam a possibilidade de conversar futuramente com o deputado dependendo do encaminhamento de sua situação na Câmara. "O partido pode aconselhá-lo, mas jamais impor", comentou o dirigente petista.

Ao sair de férias sem assinar o mandado de prisão do deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, adiou para o início de fevereiro o início da execução da pena do petista. Integrantes do STF e o advogado de Cunha, Alberto Toron, avaliam que o regimento interno estabelece que somente o relator do caso, Barbosa, poderia determinar a prisão.

Nesse sentido, a presidente em exercício do Supremo, Cármen Lúcia, não teria poder para determinar, durante o recesso do tribunal, a execução da pena. Durante o recesso, o presidente do STF pode decidir questões urgentes, como pedidos de liminar em habeas corpus. A execução da pena não se enquadraria nessa condição. Além disso, o regimento determina que a execução da pena é atribuição do relator do processo. No caso do mensalão, o relator foi o ministro Joaquim Barbosa.

"Ela [Cármen Lúcia] age como presidente do Supremo e não como relatora", afirmou Toron. "É atribuição exclusiva do relator e por isso [o mandado de prisão] ainda não foi expedido", acrescentou o advogado. Apesar disso, os documentos relativos ao processo foram todos encaminhados para o gabinete da ministra Cármen Lúcia. Caberia a ela a avaliar se poderia ou não decidir o caso. De acordo com Toron, o gabinete informou à defesa que o mandado de prisão aguardaria o retorno de Joaquim Barbosa das férias.

Visitas

João Paulo Cunha ficou todo o dia de ontem em seu apartamento funcional em Brasília. Recebeu visitas de correligionários e, num almoço, fez uma série de avaliações sobre o quadro eleitoral deste ano. Parte da conversa pôde ser ouvida por jornalistas pela janela do apartamento do deputado. O petista avaliou a situação da presidente Dilma Rousseff. E fez o seguinte comentário: "Dilma fala que está tudo bem. Ter 40% [de aprovação nas pesquisas] para uma eleição às vezes não é mais difícil do que chegar a 51%. De zero a 40% vai, mas de 40% para 51%?", comentou sobre o índice necessário para a eleição de um candidato.

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