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Governo Dilma cometeu fraude, diz procurador junto ao TCU. | Stringer/Reuters
Governo Dilma cometeu fraude, diz procurador junto ao TCU.| Foto: Stringer/Reuters

Acusando o governo de fraude e irresponsabilidade, o procurador junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Júlio Marcelo de Oliveira, recomendou aos ministros do órgão que reprovem as contas de 2014 da presidente Dilma Rousseff (PT).

Congresso vai analisar relatório do TCU sobre ‘pedaladas’, diz Aécio

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O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG), disse nesta terça-feira (16) que o Congresso irá analisar o relatório sobre as contas de governo Dilma Rousseff feito pelo Tribunal de Contas da União (TCU) independentemente do resultado do julgamento previsto para esta quarta-feira (17), quando os ministros vão dizer se aprovam ou reprovam a prestação de contas da presidente.

O documento serve de subsídio para o Congresso analisar as contas, e os parlamentares têm o poder de manter a recomendação do TCU ou modificá-la.

O senador, em conjunto com outros líderes da oposição, visitou o presidente do tribunal, ministro Aroldo Cedraz, e o relator do processo de contas, ministro Augusto Nardes.

“A irregularidade já foi constatada, uma burla à Lei de Responsabilidade Fiscal. Esperamos que o crime de responsabilidade seja aqui atestado”, disse Aécio. “O relatório será discutido independente da votação. É substancioso, técnico, profundo e sem viés político.”

Solidariedade

Segundo Aécio, os senadores vieram ao TCU para apresentar solidariedade aos ministros contra o que ele chamou de “pressão desmedida” do governo contra o tribunal. Na semana passada, ministros de Estado visitaram o relator pedindo para que as contas não fossem rejeitadas.

Campanha

O senador, que disputou a eleição para presidente em 2014, disse ainda que alertou à presidente Dilma sobre as pedaladas em um debate eleitoral, cobrando explicações sobre o governo não estar repassando à Caixa o dinheiro do Bolsa Família. “Não há como dizer que ela não sabia”, disse o líder da oposição.

“Foi uma verdadeira política de irresponsabilidade fiscal, marcada pela deformação de regras para favorecer os interesses da Chefe do Poder Executivo em ano eleitoral e não os interesses da coletividade no equilíbrio das contas”, diz. Ele pediu que a reprovação sirva como exemplo para os gestores públicos do país. Para o procurador, o governo cometeu fraude ao não cortar despesas mesmo sabendo desde fevereiro de 2014 que não teria receitas para cobrir todos os compromissos.

Oliveira fez uma análise do parecer técnico que está embasando a votação das contas da gestão da presidente, prevista para esta quarta (17).

Segundo o relatório, o governo sabia pelo menos desde fevereiro de 2014 que despesas que não poderiam ser cortadas seriam maiores do que estava no orçamento e, mesmo assim, não fez cortes em gastos não obrigatórios, como manda a lei. Além disso, três decretos assinados pela presidente permitiram ao Tesouro obter empréstimos sem autorização do Congresso, o que também contraria a lei.

Na votação de quarta-feira, os nove ministros vão decidir se o parecer do TCU sobre as contas de 2014 será pela aprovação ou pela reprovação. O relatório aponta ainda outras irregularidades na prestação de contas, entre elas a que o governo teria escondido dívidas estimadas em R$ 256 bilhões, entre elas antecipações de pagamentos de bancos públicos para programas sociais, as chamadas “pedaladas fiscais”.

O relator, ministro Augusto Nardes, tem apontado que não deverá aprovar as contas, nem mesmo com ressalvas. Mas isso não significa que elas serão reprovadas já que há a possibilidade de a análise ser suspensa em relação aos pontos que foram apontados como irregulares.

A rejeição das contas ofereceria novos argumentos para os líderes da oposição que defendem o impeachment da presidente. Nesta terça-feira (16), deputados e senadores da oposição foram ao TCU pedir que os ministros reprovem as contas.

Em contrapartida, o ministro da Advocacia-Geral da União, Luis Inácio Adams, e o da Casa Civil, Aloizio Mercadante, também conversaram com ministros apresentando a defesa do governo, que alega não ter cometido ilegalidades com os recursos públicos e que os atos apontados pelo TCU como ilegais ocorrem desde a década de 1990.

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