O Ministério Público do Paraná (MP-PR) abriu um procedimento investigatório para apurar eventuais excessos cometidos na manifestação desta quarta-feira (29), no Centro Cívico, quando mais de 200 pessoas ficaram feridas depois de um confronto com a Polícia Militar (PM). “O MP esteve lá e tentou negociar o fim do confronto”, disse o coordenador do Centro de Apoio Operacional da Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público, Olympio de Sá Sotto Maior.
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“É evidente que, pelo que até agora foi divulgado, há indícios que algum excesso houve”, disse o promotor Eliezer Gomes da Silva, um dos três promotores designados para apurar a situação. “Temos que reconhecer que, no mínimo, fugiu do padrão”, completou o promotor.
A investigação deve durar cerca de 30 dias. Até lá, os promotores de Curitiba e do interior vão ouvir os manifestantes e policiais que quiserem colaborar com as investigações. Até agora, cerca de 20 pessoas já foram ouvidas pelo MP. “O Ministério Público vai promover uma investigação imparcial”, disse o procurador geral Gilberto Giacoia.
O MP vai investigar também se havia black blocs infiltrados nas manifestações. Os promotores pedem que quem tiver vídeos e fotos do confronto compartilhe os arquivos com a equipe de investigação. O material pode ser enviado para o e-mail denuncias29deabril@mppr.mp.br.
Quem quiser prestar depoimentos também pode comparecer à sede do Ministério Público do Paraná em sua cidade.
Advogado defende “menção honrosa” à PM e causa tumulto
Confusão começou quando o advogado da Associação de Praças do Paraná disse que a PM merecia uma menção honrosa pelo trabalho durante a manifestação desta quarta-feira (29)
- Kelli Kadanus
A coletiva de imprensa da Associação dos Praças do Estado do Paraná (Apra) foi marcada por uma confusão nesta quinta-feira (30). O advogado da Apra, Claudio Dalledone Junior, concedeu a entrevista na sede do Ministério Público do Paraná, onde vítimas da violência policial estavam sendo ouvidas para apurar se houve excessos durante a ação policial do dia anterior.
A confusão começou quando o advogado defendeu a ação dos PMs. “Com veemência, eu estou convicto, não só pelas imagens, de que a Polícia Militar do estado do Paraná merece uma menção honrosa e não essas críticas que está recebendo”, disse Dalledone. A afirmação causou revolta na professora Edna Miranda, que começou a discutir com o advogado. Depois do tumulto, a coletiva foi encerrada.
Defesa
O advogado defendeu a ação policial e atribuiu a confusão a black blocs infiltrados entre os manifestantes. “Nós temos imagens de pessoas utilizando pedras, de pessoas manejando explosivos, bombas de cal, de pessoas manejando bastão, com escudo, invadindo e cometendo crimes”, disse Dalledone. “A PM agiu em legítima defesa própria e manteve a ordem pública”, completou. Para o advogado, não houve excessos por parte dos policiais envolvidos na ação. “A PM agiu com a energia que o caso merecia”, afirmou.
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