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Uma das vitrines do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o programa Brasil Alfabetizado, tem turmas e alunos-fantasmas. Segundo reportagem publicada no jornal O GLOBO nesta segunda-feira, tratam-se de pessoas cujos nomes constam no cadastro do Ministério da Educação (MEC), sem que tenham se matriculado nos cursos nem freqüentem as aulas.

Lançado em 2003 com o objetivo de erradicar o analfabetismo, o Brasil Alfabetizado já consumiu cerca de R$ 700 milhões, dinheiro suficiente para atender sete milhões de jovens e adultos. O índice de analfabetismo no país, porém, continua acima de dois dígitos: 10,9% da população acima de 15 anos, segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o equivalente a 14,9 milhões de pessoas, sendo 1,8 milhão com menos de 30 anos, em 2005.

A localidade de Engenho das Lajes, na divisa do Distrito Federal com Goiás, deveria ter quatro turmas com 97 alunos do Brasil Alfabetizado. É o que prevê convênio firmado entre o MEC e o governo do Distrito Federal, no ano passado. Informados pelo GLOBO na última sexta-feira de que seus nomes aparecem na lista, seis moradores ficaram surpresos. Eles disseram não ter feito inscrição nem assistido a alguma aula.

A notícia sobre a existência das turmas surpreendeu também o gerente de Distribuição do Pró-Família, Davi Diones Lobato. O Pró-Família entrega cestas básicas, de casa em casa, justamente à população pobre e analfabeta. Ao ver a lista do MEC, Lobato disse conhecer 73 dos 97 nomes cadastrados. Ele afirmou que nenhum deles freqüentou cursos do Brasil Alfabetizado nos últimos meses.

O secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC, Ricardo Henriques, diz que a seleção dos alunos é responsabilidade dos parceiros, no caso a Secretaria de Educação do DF. Segundo ele, pesquisas amostrais realizadas pelo governo atestam que 85% delas existem, embora a evasão ou o excesso de faltas reduzam em até 50% o tamanho das turmas ao longo do curso:

O GLOBO esteve no local onde funcionariam as quatro turmas, mas o Centro Comunitário estava fechado às 21h, quando uma turma deveria estar saindo, e a seguinte, entrando.

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