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O medo de ser assaltado está levando muitas famílias de São Paulo a abandonar o velório à noite. Acompanhando a tendência, a Câmara Municipal desarquivou nesta semana projeto de lei de 1999 do vereador Toninho Paiva (PP), que prevê o fechamento dos velórios entre 23 horas e 6 horas.

Nos últimos dois anos, houve registro de apenas uma ocorrência na capital - há uma semana, no Crematório da Vila Alpina, zona leste. Mas os baixos índices não são suficientes para aplacar o medo. "Sempre me perguntam se já fomos assaltados", diz José Donizeti, administrador do velório do Cemitério da Vila Mariana, zona sul. "Eu digo que não. Daí me perguntam se eu garanto a segurança. Respondo novamente que não. Como posso garantir?" Sem essa segurança, as famílias deixam o velório.

São Paulo conta com 40 cemitérios, 18 particulares. Os 22 municipais contam com o apoio da Guarda Civil Metropolitana (GCM), que trabalha com um contingente de 60 policiais, que fazem rondas 24 horas por dia. "Eles passam por aqui a cada 40 minutos. Mas o foco é o cemitério, não o velório", explica Donizeti. O local onde ele trabalha fica num terreno anexo do cemitério, rodeado por árvores e ruas residenciais.

Autor do projeto que fecha os velórios às 23 horas, Toninho Paiva defende o apoio da GCM nos velórios. "Se a família quisesse, o corpo ficaria sob custódia da Guarda", explicou. "Eu moro há 68 anos no Tatuapé e vou há três velórios por semana. Todo mundo reclama (da violência)".

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