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Após conseguir nesta terça-feira (10) a prorrogação de seus trabalhos por mais 60 dias, a CPI dos Grampos pretende fazer visitas aos juízes que atuam nas Operações Satiagraha e Chacal, que investigam o banqueiro Daniel Dantas, para discutir o compartilhamento de informações.

A CPI quer que os juízes tomem a mesma ação do juiz Ali Mazloum, que enviou na semana passada cópia do inquérito que apura possíveis irregularidades cometidas pelo delegado Protógenes Queiroz na condução da Satiagraha.

De acordo com o presidente da CPI, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), e o relator, Nelson Pellegrino (PT-BA), a intenção é visitar em São Paulo os juízes Fausto Martin de Sanctis (Satiagraha) e Luiz Renato Pacheco Alves de Oliveira (Chacal) para pedir o apoio. A CPI já pediu anteriormente o compartilhamento com o compromisso da manutenção do sigilo, mas não foi atendida.

"Vamos pedir o compartilhamento dessas informações e esperamos que isso ocorra devido às contingências atuais. Neste caso do juiz Mazloum, foi a primeira vez que a comissão pôde ter informações de um inquérito policial, o que é fundamental para a investigação", disse o relator.

Em relação a Mazloum, a CPI também quer aprofundar o contato. Em uma visita pretendem saber qual o estágio do inquérito e quando deve acontecer sua conclusão. Nesta segunda-feira (9), o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Correa, afirmou que o trabalho estará encerrado nos próximos dias.

Além do pedido aos juízes, a CPI retomará os depoimentos. Nesta quarta-feira (11) serão votados requerimentos para decidir quem serão os próximos a depor na CPI. O delegado Amaro Vieira Ferreira, que investiga Protógenes, além do próprio delegado, devem ser convocados.

A CPI cogita também fazer acareações entre alguns dos personagens que já compareceram à comissão. "A ideia é apropriada. Podemos colocar o delegado Protógenes e alguns dos agentes da Abin que informaram ter acesso a interceptações telefônicas", sugere Itagiba.

Outro desejo da comissão é contrapor as informações iniciais prestadas pelo ex-diretor-geral da Abin Paulo Lacerda de que a participação na Satiagraha havia sido pequena e informal. As investigações mostraram que mais de 50 agentes participaram da Operação da PF com a anuência da cúpula da Abin.

O deputado Gustavo Fruet quer também ir além, trazendo de volta tanto Lacerda como o ministro do gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Jorge Félix, para prestar esclarecimentos.

Ele reconhece, porém, que dificilmente a CPI conseguirá nestes próximos dois meses "fechar a história", mas defende a importância da comissão. "A CPI vai puxar o fio da meada, trazer a atenção. Na área criminal, por exemplo, não vai fechar aqui, mas vai ajudar."

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