| Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Milhares de brasileiros foram às ruas neste domingo (13) pela quarta vez no ano para exigir a destituição da presidente Dilma Rousseff, mas sem conseguir reunir um apoio maciço que causasse preocupação ao governo.

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Os protestos contra a presidente, alvo de um processo de impeachment no Congresso por maquiar as contas públicas, reuniram cerca de 48 mil pessoas, segundo a polícia, e 372 mil, segundo os organizadores, em 50 cidades. Os dados de São Paulo – até agora o maior protesto do país – foram divulgados somente por volta das 19 horas e, segundo a PM, apontam para 30 mil o total de manifestantes que foram à Avenida Paulista. Já, no Rio de Janeiro, os organizadores estimam que o protesto teve adesão de apenas 5 mil pessoas.

FOTOS: veja imagens das manifestações deste domingo pelo país

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VÍDEO: opositores da presidente vão às ruas no Rio e em SP

Mesmo com as estimativas de público ainda sendo contabilizadas, é improvável que a adesão chegue perto dos protestos de 15 de março deste ano – os maiores até aqui –, quando de 1 milhão a 1,8 milhão foram às ruas contra o governo.

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Em agosto, o ato contra o governo na capital paulista reuniu 135 mil manifestantes, de acordo com levantamento do Datafolha – que hoje estimou 40,3 mil presentes em São Paulo, mais que a PM. No ato de março, foram 210 mil pessoas, e no de abril, 100 mil.

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Em grandes capitais como Rio, Brasília e Curitiba, os participantes não chegaram a um quarto do registrado nos atos de agosto. Brasília reuniu 6 mil manifestantes neste domingo, contra 25 mil no protesto anterior, segundo estimativas da Polícia Militar; Curitiba teve 10 mil, contra 60 mil em agosto, e no Rio apenas 5 mil foram à orla de Copacabana, contra 100 mil anteriormente, segundo organizadores.

Florianópolis reuniu 1.200 pessoas, menos de 5% do registrado no último ato. No Recife, 7 mil foram às ruas, e, em Belo Horizonte, 3 mil. Belém e Salvador registraram menos de 1 mil manifestantes cada.

Os atos deste domingo ocorreram em ao menos 100 cidades do país para pedir a saída da presidente. Os organizadores dos protestos, como o Movimento Brasil Livre e o Vem pra Rua, afirmam que já esperavam adesão menor, uma vez que se trata da retomada do movimento de rua pró-impeachment. Seria, segundo eles, um aquecimento para protestos maiores no ano que vem.

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Saída da presidente

“O tempo está demonstrando a incapacidade da Dilma de governar o país, está levando o país pro buraco. Há elementos para o impeachment, a presidente fez muitas manobras fiscais ilegais”, disse o engenheiro Adriano de Queiroz, de 36 anos, enquanto protestava em Brasília.

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Embora grande parte da população esteja farta da corrupção, o Brasil atravesse a prior recessão econômica em décadas, a inflação supere os 10% e o desemprego esteja aumentando, o protesto deste domingo contra Dilma não reuniu o mesmo número de pessoas das manifestações anteriores, que, de acordo com a polícia, levaram mais de 1 milhão de pessoas às ruas em março e centenas de milhares em abril e agosto.

Os organizadores justificam a fraca participação pela convocação em cima da hora, há 15 dias.

“Esperamos muito menos gente hoje porque nas outras manifestações tivemos dois ou três meses para nos organizarmos. A de hoje é um sinal de que a população está voltando às ruas, que está muito atenta ao processo de impeachment”, argumentou Kim Kataguiri, coordenador nacional do Movimento Brasil Livre, em declaração durante o ato em São Paulo.

“Hoje vamos marcar a data para a próxima manifestação, que será no ano que vem e vai igualar as outras três que já fizemos”, garantiu.

Veja como foi o domingo de manifestações pelo Brasil

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“Não vou pagar o pato”

Na Avenida Paulista, em São Paulo, milhares de manifestantes exigiam a expulsão da ex-guerrilheira esquerdista de 67 anos que tem uma popularidade de 10%, em menos de um ano de seu segundo mandato.

A grande atração do protesto na capital paulista era um pato gigante que há semanas enfeita a entrada da sede da poderosa Federação de Indústrias de São Paulo (Fiesp), acompanhado da legenda “Não vou pagar o pato”, e onde todos queriam tirar uma foto.

“Estar aqui hoje é muito importante para que o Brasil se livre de um projeto criminoso, que usa dinheiro da corrupção nas estatais para comprar votos dos parlamentares. Eles se vendem por dinheiro e perpetuam a corrupção no poder”, disse o engenheiro Ricardo Santos, de 54 anos, acompanhado do cachorro – vestido de amarelo.

Em Brasília, os manifestantes caminharam até o Congresso e cercaram um gigantesco boneco inflável de Dilma com um grande nariz apelidado de “Dilmentiras”. Depois fizeram um enterro simbólico da presidente e do Partido dos Trabalhadores.

A polícia se preparou para receber 60 mil manifestantes em Brasília, mas contabilizou apenas 6 mil.

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No Rio de Janeiro, os manifestantes, bem menos do que em protestos anteriores, desafiaram o forte calor e o sol brilhante do meio dia para pedir a saída de Dilma em frente à praia de Copacabana, enquanto outras pessoas aproveitavam para tomar banho de mar e pegar sol.

“Estamos aqui com a esperança de que sem Dilma vai ser melhor. É que pior do que está não fica. Sob o comando de Dilma, o país só piorou”, disse Armando Curado, um aposentado de 70 anos.

Em Brasília, manifestante segura um boneco do ex-presidente Lula, conhecido como Pixuleco, próximo ao Congresso Nacional, durante manifestação contra a presidente Dilma Rousseff.
Manifestantes a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff se reuniram em Brasília em frente ao Congresso Nacional.
Na capital federal, os manifestantes fizeram um caixão com uma imagem da presidente Dilma Rousseff e a bandeira do PT o cobrindo.
Manifestantes, em Brasília, ateiam fogo ao caixão que continha a imagem da presiente Dilma e uma bandeira do PT.
Manifestantes, em Brasília, ateiam fogo a uma máscara de papel com a foto da presidente Dilma Rousseff.
Em São Paulo, manifestante vestido com a camisa a camisa da seleção brasileira de futebol segura um Pixuleco fantasiado de Papai Noel.
Um participante das manifestações a favor do impeachment da presidente Dilma com uma máscara do ex-presidente Lula como se fosse um zumbi.
Participantes do protesto seguram bonecos infláveis que fazem referência à presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Lula.
A região do MASP foi a que teve maior aglomeração de participantes em São Paulo, segundo o Instituto Datafolha.
Manifestantes na Avenida Paulista, em São Paulo, com um pato inflável, em alusão ao movimento contra ao aumento de impostos denominado “Não vou pagar o pato”.
Os organizadores da manifestação em São Paulo levaram para as ruas também um boneco inflável da presidente Dilma.
Manifestantes em São Paulo.
Manifestantes no Rio de Janeiro.
Avenida Paulita cheia de manifestantes em São Paulo.
No Rio de Janeiro, participantes do protesto a favor do impeachment da presidente Dilma caminharam do Posto 5 até o Copacabana Palace.

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