Em encontro realizado nesta sexta-feira (30) em Brasília, integrantes da cúpula do PSDB reafirmaram o posicionamento de apoiar a candidatura do deputado Julio Delgado (PSB-MG) para a presidência da Câmara e do senador Luiz Henrique (PMDB-SC) para a do Senado.

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Até a reunião, alguns setores do partido, em especial o de São Paulo, sinalizavam o desejo de apoiar a candidatura de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ao comando da Câmara. Nas negociações estavam em jogo a disputa por espaços considerados como estratégicos dentro da Casa como a vice-presidência das Casas e principais comissões.

"A vice-presidência não é o mais relevante. Não acho que é mais importante para o PSDB ter um espaço na Mesa, mas sim manter a coerência política", ressaltou o senador Aécio Neves, presidente nacional da legenda, após a reunião. "A pressão individual realizada por Eduardo Cunha diminui com a fala do Aécio", considerou o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que assumirá na próxima legislatura a liderança da bancada na Câmara.

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No discurso feito na reunião por integrantes da cúpula do PSDB prevaleceu a tese de que é necessário que o partido retribua o apoio recebido pelo PSB na última eleição presidencial. Na ocasião, a candidata do partido socialista Marina Silva declarou voto no presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que disputou o segundo turno com a presidente Dilma Rousseff (PT).

"Foi feita toda a leitura política de a bancada agir sem traições. Então a fala foi muito clara e explicita da responsabilidade política que temos. E existe um compromisso anterior com a candidatura do Júlio Delgado. Estaremos inclusive tendo um gesto de reciprocidade política em relação ao apoio que tivemos no segundo turno da eleição quando o PSB esteve conosco. A política requer coerência. Não é hora de fracionar as oposições", afirmou o senador Cássio Cunha Lima (PB), que assumirá a liderança da bancada no Senado.

Embora o discurso da cúpula do PSDB seja no sentido de apoio a Júlio Delgado, ainda há a possibilidade de haver traições uma vez que a votação marcada para este domingo é secreta. Uma sinalização de que o apoio não deve ser unânime foi o fato de, no final do encontro, Aécio Neves ter procurado pessoalmente um pequeno grupo de deputados que ainda relutava em apoiar o candidato do PSB.

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