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O PSDB do Paraná vai definir se faz oposição ao governador Roberto Requião (PMDB) ou se deixa o partido livre para apoiar o governo. A crise interna do partido, agravada com a guerra aberta entre o governador e o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), será discutida na reunião da Executiva Estadual, no dia 5 de março.

O prefeito e a bancada federal defendem uma linha de oposição, enquanto a maioria dos deputados estaduais faz parte da base aliada de Requião. "Não há como negar um conflito interno. O meu posicionamento todo mundo conhece, mas como presidente vou colocar o assunto em debate", disse o presidente estadual do partido e líder da oposição ao governo na Assembléia, Valdir Rossoni.

Segundo o deputado, o PSDB precisa decidir com urgência a postura política que vai adotar daqui em diante. "Até porque temos que organizar o partido para as eleições municipais e as convenções".

A corrente que defende uma posição clara do partido contra o governo é liderada pelo deputado federal Gustavo Fruet. "Não se trata de caça às bruxas, cada um tem uma história e uma contribuição importante para o PSDB, mas uma definição tem que haver. Não tem sentido essa posição dúbia, que pode ser fatal para o partido e para cada uma dessas pessoas que estão com o governo. Ou está com o Requião ou está com o Beto", afirmou.

O partido, na avaliação de Fruet, não pode entrar no processo de eleição municipal em 2008 sem saber se é oposição ou situação. A dificuldade será ainda maior, alerta, na hora de defender uma candidatura a governador para 2010. "Não é nada pessoal contra o governador, mas são projetos políticos. O partido tem que ter clareza, posição e firmeza na conduta. Na eleição não foi surpresa deputados assumirem a campanha do governador, mas há um fato novo. O lado bom da briga entre o governador e o prefeito é que precipitou uma decisão do partido", afirmou Gustavo Fruet.

Os deputados tucanos que apóiam o governo não querem polemizar antes da reunião da Executiva que deve discutir o assunto. Há consenso entre eles de que o partido sempre liberou cada um para decidir seu posicionamento político e que durante a campanha, quem mais ajudou na reeleição dos parlamentares não foi o PSDB, mas o próprio governador através da liberação de recursos para suas regiões. "Somos deputados municipalistas e tivemos apoio do governo nos quatro anos. Mas também sempre fomos fiéis ao partido e defendemos a nossa maior liderança, que é o prefeito Beto Richa ", disse o deputado estadual Luiz Fernandes Litro (PSDB).

Dividido

O racha começou em junho do ano passado, na convenção estadual que decidiu pela coligação com o PMDB e o apoio à reeleição do governador. O ex-presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), foi indicado candidato a vice-governador na chapa de Requião e já estava em campanha quando a aliança foi desfeita. A ala que defendia que o partido ficasse livre para apoiar o senador Osmar Dias (PDT) recorreu à Executiva Nacional tucana e anulou a coligação.

Na campanha eleitoral, a bancada ficou dividida. Seis deputados ficaram ao lado de Hermas Brandão e apoiaram o governador e apenas dois trabalharam na campanha de Osmar Dias: Valdir Rossoni e Ademar Traiano, os únicos que foram oposição a Requião durante os quatro anos do mandato anterior. O restante da bancada sempre fez parte da base de apoio do governador. O prefeito Beto Richa e a bancada federal também trabalharam para Osmar.

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