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Lula e Gleisi: na mira da oposição. | Valter Campanato/ABr
Lula e Gleisi: na mira da oposição.| Foto: Valter Campanato/ABr

Entrevista

Gleisi Hoffmann, senadora (PT-PR)

Um almoço ontem em Brasília, na casa da senadora paranaense Gleisi Hoffman (PT) e de seu marido, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo (PT), reuniu o ex-presidente Lula e a bancada de senadores do PT para discutir a estratégia de defesa de Palocci. Segundo relato da anfitriã, a reunião foi originalmente marcada para discutir a postura da bancada do partido na discussão da reforma política. Gleisi, porém, admitiu que o caso Palocci foi inevitável no cardápio.

O que foi conversado na reunião?

Foi uma conversa sobre a reforma política. O ex-presidente Lula defendeu seu ponto de vista sobre algumas questões da reforma política e nós conversamos sobre a orientação do partido e do governo. O presidente alertou-nos sobre o fato de estarmos com a maioria no Congresso, e de, portanto, não podermos errar.

O fato da reunião ter sido feita em sua casa mostra o prestígio da família no PT?

[A escolha] foi porque nós moramos em uma casa e fica mais fácil para acomodar o pessoal.

E a crise envolvendo o ministro Palocci?

Também conversamos sobre essa questão. O ex-presidente Lula avaliou que se trata de uma questão política. Como não há nenhum fato concreto em relação ao ministro e a oposição está sem projeto definido, estão tentando atingir a presidenta Dilma.

Não há fato concreto contra Palocci?

Temos razões para confiar no procedimento dele no ministério. O Partido precisa ficar atento, pois a estratégia visa atingir a presidente Dilma.

Então não é verdade que o ex-presidente Lula tenha deixado o ministro Paulo Bernardo de sobreaviso [para ocupar a Casa Civil] se o ministro Palocci sair...

Imagina. Isto é absurdo! O Palocci está firme no governo.

(Sandro Moser)

O PT lançou mão de sua principal arma e convocou o grande ?astro? do partido para ajudar na blindagem do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou ontem de uma reunião de lideranças da legenda, em Brasília, na qual se discutiu a estratégia de defesa do ministro, alvo de suspeitas sobre a forma como aumentou seu patrimônio em 20 vezes nos últimos quatro anos, de R$ 356 mil em 2006 para R$ 7,5 milhões no ano passado.

O ex-presidente Lula evitou falar, em público e para a imprensa, sobre a situação de Palocci ? que foi seu ministro da Fazenda e caiu após o episódio da quebra de sigilo do caseiro Francenildo Santos Costa. Mas no almoço de mais de três horas com líderes do PT, ele sugeriu que o partido siga unido na defesa ?do companheiro Palocci?.

Segundo interlocutores, Lula chancelou a estratégia que vem sendo adotada até agora, de evitar a qualquer custo que o ministro deponha no Congresso sobre seu salto patrimonial. O entendimento do ex-presidente é que não há ilegalidade em suas atividades como consultor (Palocci alega que enriqueceu prestando serviços de consultoria por meio da empresa Projeto). Lula afirmou ainda que Palocci deve prestar esclarecimentos apenas à Procuradoria-Geral da República. E que quem levanta suspeitas contra ele é que terá de apresentar provas de que o ministro cometeu alguma ilegalidade.

Na saída da reunião, realizada na casa da senadora paranaense Gleisi Hoffmann e do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, o ?mantra? de Lula começou a ser entoado pelos petistas. ?O que eu senti da reunião é que não há provas concretas das denúncias feitas contra Palocci. Quem denuncia é que tem que mostrar as provas?, disse o senador Paulo Paim (PT-RS).

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), também disse que considera desnecessária a convocação do ministro para prestar esclarecimentos em público, já que irá fornecer essas informações à Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo Costa, até o momento, não existe uma acusação ?formal e frontal? que possa abalar a confiança do PT no ministro. ?O ex-presidente Lula tem uma posição semelhante à nossa, de que até agora não há nada para questionar a lisura do ministro Palocci?, disse Costa.

Mesmo petistas que não participaram da reunião afirmaram o mesmo. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse ontem que aqueles que querem convocar Palocci a prestar esclarecimentos em uma Comissão Parla­­mentar de Inquérito (CPI) estão preocupados em fazer uma ?luta política?. O ministro saiu em defesa de Palocci e disse que ele tem prestado todos os esclarecimentos sobre sua evolução patrimonial nos últimos anos.

VÍDEO: Seremos Breves comenta o caso Palocci

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