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A Executiva Estadual do PT de Minas Gerais decidiu suspender preventivamente a filiação do deputado federal eleito Juvenil Alves, preso nesta quinta-feira pela "Operação Castelhana" da Polícia Federal, que combate crimes financeiros. O partido divulgou nota ressaltando que as investigações feitas até agora indicam que as ocorrências referem-se à vida privada do deputado.

Juvenil foi preso na manhã desta quinta-feira com outras 19 pessoas pela operação realizada pela PF para desarticular uma quadrilha especializada em crimes financeiros, com ramificações na Espanha e no Uruguai. A Receita Federal estima que a ação criminosa do grupo pode ter causado prejuízo superior a R$ 1 bilhão aos cofres públicos.

A asessoria de imprensa do PT em Minas disse que o partido foi pego de surpresa pela prisão e, por enquanto, não vai se pronunciar sobre o caso. O deputado foi detido em sua casa, no bairro Belvedere, de Belo Horizonte, e levado para a sede da PF na cidade. A polícia também realiza operação nos escritórios de advocacia do político. Como ele ainda não foi diplomado, não tem imunidade parlamentar.

Juvenil Alves, de 47 anos, obteve 110.651 votos, o que corresponde a 1,13% do total válido para deputado federal no estado este ano, segundo números do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG). Ainda segundo o TRE, o deputado gastou R$ 415.242,95 em sua campanha neste ano. Ele declarou ter recebido R$ 415.420 em doações de pessoas físicas e empresas, grande parte delas escritórios de advocacia.

Detidos são acusados de lavagem de dinheiro e sonegação

Para a operação, foram recrutados aproximadamente 250 policiais federais e 120 auditores da Receita Federal. As ações acontecem nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Alagoas e no Distrito Federal.

O esquema de fraudes consistia no uso de sociedades anônimas off-shore estabelecidas no Uruguai e na Espanha, em nome de "laranjas", para ocultar e dissimular valores e bens dos empresários brasileiros. Entre os investigados, estão membros de escritórios de advocacia, contadores, "laranjas" e sócios de empresas brasileiras. Os detidos foram acusados de lavagem de dinheiro, informação falsa em contratos de câmbio, evasão de divisas, sonegação fiscal e formação de quadrilha, entre outras acusações.

A PF informou que vai investigar nove grupos empresariais que eram clientes do escritório de advocacia do deputado federal eleito pelo PT . Ainda de acordo com a PF, serão averiguadas se as empresas Pif Paf, Canechom, Pink Alimentos, Info 2, Mister Micro, Max Computadores, Grupo Moreto, JM Alimentos e Ki Caldo têm ligação com o golpe.

A investigação é de responsabilidade da Diretoria de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, da Receita Federal e do Ministério Público Federal.

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