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O presidente do PTB, Flávio Martinez, antecipou-se à contra-ofensiva do ex-ministro José Dirceu no Conselho de Ética da Câmara e, momentos antes do depoimento dele, protocolou representações pedindo a abertura de processo de cassação por quebra de decoro parlamentar contra Dirceu e o líder do PL na Câmara, Sandro Mabel (GO). Agora o pedido será analisado pela Mesa da Câmara e, quando voltar ao Conselho, o processo estará oficialmente iniciado – e os parlamentares não poderão mais renunciar. No caso do ex-ministro, a acusação é de "fraudar o regular encaminhamento dos trabalhos no Legislativo".

Até o fim da semana, o PTB deve apresentar pedidos equivalentes contra o líder do PP, José Janene (PR), o ex-líder da legenda Pedro Henry (PP-MT), o deputado Carlos Rodrigues (PL-RJ) e outros parlamentares. O partido desistiu de entrar com representação contra o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, porque ele renunciou ao mandado na segunda-feira.

Questionado pela Gazeta do Povo se pediria a cassação de mais algum dos 19 congressistas relacionados até agora aos saques das contas de Marcos Valério, Martinez foi evasivo: "Por enquanto os nossos advogados prepararam essas representações".

O presidente petebista também poupou os correligionários citados e/ou envolvidos no caso – Jefferson e o deputado mineiro Romeu Queiroz, cujo assessor sacou quase R$ 103 mil de conta da SMP&B em agosto do ano passado. Sobre Roberto Jefferson, Martinez lembrou que o único processo contra ele até agora foi a representação do ex-presidente do PL, Valdemar Costa Neto. "O próprio (Maurício) Marinho (ex-chefe do setor de compras dos Correios flagrado recebendo R$ 3 mil) desmentiu a relação com o deputado Roberto Jefferson. Por enquanto ele é mais acusador do que acusado", resumiu.

Segundo o presidente, Jefferson não será desligado da legenda, mesmo depois de dizer ter recebido do PT R$ 4 milhões "não contabilizados". "Ele se licenciou da presidência do partido e está respondendo no Conselho de Ética. Não pensamos em desligá-lo." Quanto ao deputado Romeu Queiroz, Martinez disse apenas que ainda não teve a oportunidade de conversar com ele, e que qualquer decisão só será tomada depois de ouvi-lo.

O presidente do PTB também negou enfaticamente a versão de que a sigla teria adiado as representações contra o PP por uma possibilidade de acordo, chancelada pelo presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), para tentar evitar cassações de mandatos.

"Eu sou o presidente do partido e estava fora do país. Foi só isso, não vamos passar falsa impressão das coisas. Não ficou pronta (a representação) antes por falta de tempo", disse. "Durante a semana se falava em pizza, então acabamos como 'pizzaiolo'", definiu.

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