Quintal diz que Beira-Mar é responsabilidade do governo federal

O impasse sobre o futuro do traficante Fernandinho Beira-Mar continua. O criminoso deve deixar o presídio de Presidente Bernardes, que fica distante 589 quilômetros de São Paulo, onde cumpre pena em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), por determinação da Justiça, mas ainda não tem destino certo.

O deputado federal e ex-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Josias Quintal (PMDB) sustenta que o estado do Rio não deve receber o traficante.

- Não há a mínima condição de o estado receber Fernandinho Beira-Mar em seu sistema penitenciário. A legislação define como responsabilidade do governo federal a construção de penitenciárias para presos de alta periculosidade. O destino desse criminoso é responsabilidade exclusiva do governo federal. Ou ele acha um presídio conveniente à União em um estado longe do Rio de Janeiro, ou nada feito - justificou durante o programa Conversa Política, da TV Alerj, que vai ao ar nesta terça-feira à noite.

De acordo com o deputado, um traficante como Beira-Mar é capaz de tumultuar a estrutura carcerária do Rio, além de representar uma liderança do tráfico de drogas.

- Ele é um verdadeiro articulador, conhece os locais estratégicos, as rotas da droga, enfim, toda a anatomia e fisiologia do crime, além de conhecer os famosos barões da droga no Paraguai e na Colômbia. Infelizmente, o estado não dispõe de estrutura de segurança necessária para sua vinda.

Josias criticou a postura do governo federal. Segundo ele, o episódio é a prova do quanto o Ministério da Justiça e a União são omissos no trato da Segurança Pública.

- O combate ao crime depende de condições sofisticadas de estrutura que o estado não dispõe - concluiu.