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O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), José Rainha, disse na quinta-feira que estão suspensas as invasões na região oeste de São Paulo em um gesto de confiança às autoridades do governo estadual.

Os sem-terra formalizaram um pedido de diálogo com representantes do governo José Serra (PSDB) e aguardam resposta.

``Agora queremos negociar'', disse Rainha por telefone à Reuters da região do Pontal da Paranapanema. A trégua ocorre após invasões em 13 áreas realizadas por 2.000 famílias de sem-terra nesta semana.

Foram protocolados pedidos de audiência com o secretário da Justiça, Luiz Antonio Marrey, e com representantes do Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo). O secretário tem declarado que o diálogo depende da desocupação das terras. Também houve solicitação para um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Rainha rechaça a acusação, feita pela UDR (União Democrática Ruralista), de que o objetivo do movimento seria intimidar o novo governo estadual, que tomou posse em janeiro.

``Temos convicção que Serra está entrando agora, mas temos o dever de chamar a atenção para o problema, para fazer um acordo, o que não aconteceu com (o ex-governador Geraldo) Alckmin'', afirmou. ``O Serra vem do movimento estudantil, foi exilado, tem sensibilidade... A gestão passada só fez construir presídios na região.''

Rainha disse ainda que as ações servem para despertar a sociedade e o Estado para a necessidade da reforma agrária. ''Eles sentam em cima das reivindicações dos trabalhadores.''

Ele alerta, no entanto, que nas regiões de Andradina e Araçatuba as invasões devem continuar. As ações desta semana contaram com a parceria da Central Única dos Trabalhadores (CUT), por meio dos sindicatos de trabalhadores rurais filiados à entidade.

Nesta quinta-feira foi concedida a primeira liminar de reintegração de posse, emitida para a fazenda São José, no município Piquerobi. De acordo com o presidente da UDR, Luiz Antonio Nabhan Garcia, A entidade encaminhou ações para desocupar todas as fazendas invadidas.

``Tem representação que não teve tempo de dar entrada ainda devido aos procedimentos legais'', disse Nabhan.

Faz parte da trégua dos sem-terra cumprir as ordens judiciais de reintegração.

O líder da UDR fez uma ameaça. ``Como a CUT tem personalidade jurídica vai ser responsabilizada civil e legalmente por atos ilícitos. Invasão é crime,'' afirmou.

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