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“Nós não vamos permitir que ele (Duque) engavete tudo. Nós queremos uma apuração isenta e com credibilidade.” Cristovam Buarque, senador (PDT-DF) | Antonio Cruz/ABr
“Nós não vamos permitir que ele (Duque) engavete tudo. Nós queremos uma apuração isenta e com credibilidade.” Cristovam Buarque, senador (PDT-DF)| Foto: Antonio Cruz/ABr

Brasília - O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse ontem que a reativação do Conselho de Ética foi uma "farsa’’. Segundo o pedetista, as declarações do presidente do colegiado, Paulo Duque (PMDB-RJ), sinalizando que pretende arquivar as denúncias contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e ironizando a opinião pública representam uma vergonha para o Congresso.

Cristovam afirmou que avalia com outros parlamentares manobras jurídicas para tentar levar para o plenário do Senado as denúncias contra Sarney caso Duque trabalhe de forma irregular a favor de seu aliado. "Nós não vamos permitir que ele engavete tudo. Nós queremos uma apuração isenta e com credibilidade. Vamos até recorrer ao plenário’’, disse.

Duque afirmou quinta-feira que não teme ser cobrado para que atue com isenção porque a opinião pública é volúvel. "A opinião publica é muito volúvel. Ela flutua e coloca até 100 mil pessoas no Maracanã para ver a Madonna e outras 50 mil para assistir ao Roberto Carlos. Quem faz a opinião pública são os jornais e eles estão acabando’’, disse.

Como presidente do Conselho, ele pode arquivar sumariamente as três denúncias e a representação do PSol que pedem a cassação do mandato de Sarney. Fiel aliado do presidente do Senado e do líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), ele foi escolhido porque na avaliação dos peemedebistas sofreria menos pressão por arquivar as acusações contra os peemedebistas.

Durante o discurso de Sarney, Cristovam evitou polemizar e apenas sugeriu ao presidente do Senado que envie ao presidente Lula o documento com o balanço das atividades da Casa neste primeiro semestre. Ele disse que esse ato é importante em razão das palavras de Lula, que se referiu aos senadores da oposição como pizzaiolos.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) fez um apelo ontem para que Sarney seja julgado pelo Conselho de Ética e quem sabe pelo plenário da Casa, de forma insuspeita. "Não podemos superar essa crise sem a apuração dos fatos", afirmou o tucano.

Em resposta, Sarney, que presidia a sessão de encerramento do primeiro semestre da Casa – que contou com apenas sete senadores –, disse que se tivesse que procurar uma testemunha sobre sua vida pública, Alvaro Dias seria uma delas.

Visita

A segurança do Senado voltou a liberar ontem as dependências do prédio para visitação pública. A decisão foi tomada após o presidente do Senado confirmar que não despacharia mais ontem no gabinete da presidência.

Os visitantes que tentaram conhecer o Senado pela manhã foram barrados e só tiveram acesso aos espaços da Câmara. A Polícia Legislativa decidiu proibir as visitações depois que cerca de 15 estudantes entraram quinta-feira no prédio do Senado e atiraram três pizzas no corredor que liga os gabinetes dos senadores ao plenário e ainda gritaram: "Fora safado, devolve o Senado" e "Fora Sarney".

Cada um dos manifestantes trajava uma blusa com uma letra para formar a frase "fora Sarney". Eles começaram a circular pelos corredores das comissões do Senado, mas foram convidados a deixar o prédio. O estudante que usava camiseta com a letra S foi barrado na entrada do Congresso, e a frase de protesto ficou "Fora Sarney".

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