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Temendo uma possível "tendência de golpe" supostamente arquitetado pelo vice-governador Paulo Feijó (DEM), a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), cancelou uma longa viagem internacional que faria aos Estados Unidos a partir deste final de semana. "Tinha uma programação inteira formada, mas sou muito cautelosa. O ambiente no Rio Grande do Sul exige ao governante toda a sua responsabilidade. Cancelei essa viagem", revelou Yeda em entrevista à "Rádio Gaúcha", de Porto Alegre.

A divulgação de um vídeo de uma hora e meia em que o vice-governador apresenta detalhes de como funcionaria o suposto esquema de caixa 2 na campanha da governadora tucana foi um dos motivos que levaram Yeda a permanecer no país. Ela foi alertada de que servidores planejavam recorrer à Justiça para garantir a posse de Feijó durante a sua viagem.

"É golpe. Posso sair, não é que esteja impedida. As regras permitem sair. Há uma tendência ao golpe. Não estou impedida de sair, mas minha responsabilidade me diz que se eu for passar o cargo para uma pessoa (Feijó) que já está fazendo o que ele está fazendo fora do cargo, não tenho ideia do que ele pode fazer enquanto ele estiver no cargo", justificou Yeda.

A decisão de adiar a agenda foi tomada na noite de sexta-feira (9). A governadora gaúcha já estava em São Paulo aguardando a conexão para os EUA. O vídeo é o depoimento concedido por Feijó ao Ministério Público Federal.

Ao jornal "Zero Hora", o vice-governador disse lamentar as declarações de Yeda. "Acho lamentável (a declaração de Yeda). Já demonstrei para ela e para o governo para o qual fui eleito que tentei atender 100% às expectativas da governadora. Eu lamento, mas isso não me surpreende", afirmou.

A viagem aos Estados Unidos seria o terceiro compromisso internacional da governadora desde que assumiu o cargo, em janeiro de 2007. Os confrontos com o vice levaram Yeda a evitar roteiros fora do Estado já que, pela lei, o titular do Executivo pode se ausentar até 15 dias sem transmitir o cargo.

Na quinta-feira (8), a comissão especial destinada a examinar o pedido de impeachment de Yeda na Assembleia Legislativa gaúcha aprovou por 16 votos a zero o relatório da deputada Zilá Breitenbach (PSDB).

Em seu relatório, Zilá argumentou não ter identificado "justa causa" para autorizar a admissibilidade do requerimento de instauração de processo por crime de responsabilidade contra a governadora gaúcha: "O pedido não apresentou nada além do que já foi noticiado pela imprensa. As narrações não possuem verossimilhança." A oposição protestou contra o resultado final do caso.

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