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“Certamente vocês me dão uma idade menor. Eu tenho muito tempo pela frente. Estou no auge da minha energia.”
José Serra, que completa 70 anos nesta segunda, dia que para ele será normal, sem comemorações | Hedeson Alves/Arquivo/ Gazeta do Povo
“Certamente vocês me dão uma idade menor. Eu tenho muito tempo pela frente. Estou no auge da minha energia.” José Serra, que completa 70 anos nesta segunda, dia que para ele será normal, sem comemorações| Foto: Hedeson Alves/Arquivo/ Gazeta do Povo

Sem festa nem contagem regressiva. O ex-governador José Serra vai completar nesta segunda-feira 70 anos com as atenções voltadas para um projeto de recomeço político. Arredio a comemorações, o único assunto que tirou o bom humor do tucano em público nos últimos dias nada teve a ver com política. Foi uma pergunta sobre como comemoraria o seu aniversário.

"Não vou comemorar. Não quero falar de aniversário. Não gosto, nunca gostei de aniversário. Deixa para lá. Vai ser um dia normal. Não comemoro meu aniversário. Comemoro o dos meus netos, meus filhos. Aniversário você comemora até um certo momento da vida. Depois você esquece, não quer que ninguém fale", disse, sem direito a réplicas, durante entrevista na quarta-feira passada.

Para celebrar a data, Serra costuma fazer, no máximo, um jantar com a família e amigos. É o mais provável que aconteça nesta segunda-feira. Até sexta-feira, a equipe de coordenação da pré-campanha do tucano não sabia se ele teria alguma atividade pública. Se depender do aniversariante, terá. "Vou trabalhar normalmente", disse.

Aos 70 anos, Serra diz estar em ótima forma. Praticante de exercícios físicos, ele descobriu recentemente um novo equipamento aeróbico, chamado elíptico, que tem recomendado a conhecidos. "Eu não vou dizer aqui a idade que tenho, mas certamente vocês me dão uma idade menor. Eu tenho muito tempo pela frente. Estou no auge da minha energia", comentou ele, no lançamento da sua pré-candidatura no início do mês, deixando a porta aberta para outras disputas eleitorais.

Depois de 50 anos de militância política, a candidatura a prefeito de São Paulo neste ano se apresenta a Serra com um paradoxo. Ao mesmo tempo em que dá sobrevida ao sonho de disputar a Presidência da República no futuro, ela o obriga a encarar uma volta às origens.

Prévias

Dono de 45 milhões de votos em 2010, o alvo do ex-governador hoje é um eleitorado de não mais de 6 mil pessoas — o total de filiados do PSDB que deverá participar das prévias partidárias no próximo domingo. Em vez de discursos em palanques como presidenciável, ele se dedica agora a conversas com militantes tucanos em reuniões pela periferia da cidade. Foi em um desses encontros, dias atrás, que o passado se colocou diante de Serra.

"Eu lembro de você da Turma da Touca. Vocês ajudaram a me eleger deputado em 86 e em 90", lembrou o ex-governador ao reconhecer uma filiada. "E você eu carreguei no colo", completou ele, apontando para outra militante no mesmo encontro.

Longe de ter sido espontânea, a decisão de Serra de se apresentar como pré-candidato para a eleição deste ano foi resultado de muita pressão política. Serra sempre deixou claro, após a derrota em 2010, que suas ambições políticas eram nacionais.

Em público, o ex-governador tem se mostrado de muito bom humor e com certo entusiasmo. Não esconde em seus pronunciamentos que assumiu a missão de ser candidato a prefeito por "necessidade política", mas pondera que também por "gosto".

O novo recomeço também impõe sacrifícios. Como chefe do Executivo, Serra sempre delegou a tarefa rotineira da articulação política. Como pré-candidato a uma prévia partidária, o tucano tem como uma de suas principais tarefas fazer pessoalmente o contato com militantes tucanos para pedir voto.

Serra quer uma vitória expressiva no próximo domingo. Aliados dele iniciarão essa semana fazendo uma sondagem sobre os votos já garantidos.

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