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O deputado José Mentor (PT-SP) não escondeu a surpresa com a decisão do Conselho de Ética de rejeitar, por oito votos a seis, o parecer do relator Edmar Moreira (PFL-MG) que recomendava sua absolvição na acusação de beneficiário do Valerioduto. O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) apresentou um voto em separado defendendo a cassação e foi vitorioso, derrotando Moreira.

Em sua argumentação, Delgado lembrou que o pagamento de R$ 120 mil feito a Mentor pela empresa 2S Participações, por uma consultoria, deu-se enquanto ele era relator da CPI do Banestado, que investigava o Banco Rural. Nesta época Valério era o principal lobista do banco e teria intermediado encontros de Mentor com seus dirigentes.

- Quando o conheceu, Marcos Valério já era o avalista de dois empréstimos para o PT e lobista do Banco Rural, que usaca contas CC5 para pagar Duda Mendonça no exterior. Como relator da CPI, o deputado José Mentor não poderia ter sido contratado para prestar uma consultoria para as empresas de Marcos Valério. Tudo indica que ele favoreceu o banco Rural na CPI e recebeu por isso - Disse Delgado.

Com a rejeição do parecer de Edmar Moreira, o presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), nomeou o deputado Nélson Trad (PMDB-MS) como o novo relator do caso. Em duas sessões ele deverá apresentar um relatório com o voto vencedor, pela cassação, que será votado no Conselho e levado ao plenário.

- Eu não esperava esse resultado. Esperava ganhar. Perdemos aqui mas vamos ao plenário para ganhar. É lamentável que posições politico-partidárias tenham ficado acima das provas - reagiu Mentor, deixando dúvidas sobre um recurso na Comissão de Constituição e Justiça.

O relator Edmar Moreira disse que seu parecer foi pautado por dados concretos, documentos e depoimentos.

- Ninguém pode impor sua verdade a outros, mas os fatos investigados não são subjetivos nem foram maquiados - sustentou o deputado.

O início da sessão foi marcado por protestos contra a absolvição, na noite de quarta-feira, de dois deputados acusados de receber dinheiro do valerioduto: João Magno (PT-MG) e Wanderval Santos (PL-SP).

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