Marcos Rogério lê o seu parecer que recomenda a cassação do mandato do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)| Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

O deputado Marcos Rogério (DEM-RO), relator do processo disciplinar contra o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou na manhã desta quarta-feira (8) que não vai alterar seu voto que pede a cassação do peemedebista. Ontem, o relator pediu vista da proposta do deputado João Carlos Bacelar (PR-BA) sugerindo que a pena para Cunha fosse de suspensão do mandato por três meses.

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Marcos Rogério pretende entregar ainda nesta quarta ao Conselho de Ética da Câmara suas ponderações por escrito. Hoje não haverá reunião do colegiado e a previsão é que a sessão de votação do parecer aconteça entre terça e quarta da próxima semana.

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O presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), pretendia marcar a reunião para terça-feira (14), mas, segundo relatos de conselheiros, o próprio advogado de Eduardo Cunha, Marcelo Nobre, pediu para que não houvesse reunião nesse dia.

Pré-candidato à prefeitura de São Paulo, o deputado Celso Russomanno (PRB-SP) pediu uma reunião com a cúpula do seu partido e com a bancada da Câmara para discutir a situação do voto da deputada Tia Eron (PRB-BA). De acordo com fontes, o objetivo de Russomanno é pressionar a direção da sigla para que a deputada não dê voto favorável à Cunha.

Tanto Russomanno quanto o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) temem que o desgaste do partido em salvar Cunha da cassação atrapalhe a candidatura deles. “O Celso está desesperado”, contou um parlamentar.

Na terça, a deputada Tia Eron não participou da sessão que votaria o pedido de cassação de Cunha. Pressionada pela direção do partido, a parlamentar ficou escondida em um gabinete sem passar sequer perto da reunião do conselho. Temendo a derrota, os adversários de Cunha perceberam que o suplente que votaria no lugar de Tia Eron seria o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) e, assim, o pedido de cassação seria sepultado. A solução encontrada foi adiar a votação.

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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara se reúne nesta quarta e pode colocar em votação a consulta sobre o rito de votação do processo de Cunha no plenário. Deputados contrários ao peemedebista dizem que estão dispostos a não só votar o parecer do deputado Arthur Lira (PP-AL) como a derrotar a proposta que pode beneficiar Cunha.